Nise Palhares saiu do programa Ídolos, no qual conquistou o terceiro lugar, e foi direto para os palcos do Rio de Janeiro. A cantora, assumidamente lésbica, vem firmando seu lugar no cenário musical com seu estilo “meio Ana Carolina, meio Cássia Eller”.
Hoje à noite, Nise se apresenta no Espaço Acústica, com participação especial da cantora Preta Gil. A amizade com Preta, que no início achava Nise “marrenta”, surgiu quando as duas se encontram num show de Maria Gadú.
“E aí, vai cantar no meu show ou não?”, foi assim que Preta a intimou. Nise, claro, não pensou duas vezes. De lá pra cá, acumula grandes participações, ao lado também do queridinho Chay Suede.
Para as fãs paulistas, uma boa notícia. Nise faz show amanhã, sexta-feira, na The L. Em entrevista ao DYKERAMA, a cantora conta que já se apresentou em diversas casas gays do Rio, e faltava vir a São Paulo. Além disso, revela que está solteira, focada no trabalho, e como lida com o fato de ter tido sua sexualidade exposta durante o programa.
Quando você estava no programa Ídolos, a Preta Gil fez uma grande torcida pra você e para o Chay, como surgiu o convite para cantar com ela?
Na verdade, a Preta Gil sempre torceu para o Chay. Todos os amigos dela torciam pra mim. Hoje, ela me conta rindo: Eu torcia pro Chay, nem torcia pra você, achava que você era marrenta!’. Imagina! Já o convite para show começou pelo Twitter. Vi que o Chay ia participar de um show da Preta, e mandei um tweet dizendo que ia lá assistir. Aí ela respondeu: Ah não, se for ao show, vai ter que cantar!
Um dia fui ao show da Maria Gadú, quando entrei no camarim, Preta estava lá. “E aí, vai cantar no meu show ou não vai?” – ela disse. Foi assim que a conheci. Fui fazendo uma participação, outra e mais outra. Já fiz várias. A gente tem uma amizade bacana. Ela dá maior moral!
Muitos que acompanhavam o programa Ídolos consideraram injusta a sua eliminação, você acha que por você ser assumida influenciou sua saída?
Não, não acho. Sempre tentei deixar bem claro durante o programa que sou o que sou. Não tenho nada a esconder a ninguém. Sou muito franca. Mas também não tenho que ficar expondo nada. O que vendo é a minha arte, não a minha vida pessoal. Então, não importa [orientação sexual]. Se as pessoas compram minha arte ou não, se tiverem preconceito ou não, isso não muda nada no que faço.
No seu site, tem um vídeo clipe da música “Indecisão”, que fala sobre as escolhas no amor, a letra é de sua autoria?
Sim, a letra é minha. Tenho várias composições. Três clipes no YouTube. Reformulei algumas músicas, fiz vários arranjos para esse show.
Por falar em show, você é bastante eclética quando o assunto é repertório, como define isso em suas apresentações?
Nos shows, é misturado. MPB, pop… rola um blues, jazz. É uma MPB com influência disso tudo.
Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser lésbica?
Não. Pra mim, o preconceito é o seguinte: se uma pessoa tem uma atitude preconceituosa, você só vai se sentir ofendido se não for bem resolvido ou então se a pessoa pegar muito pesado. Mas, de qualquer forma, se a pessoa gritar: “sua lésbica!” Eu vou me ofender? Claro que não. Se alguém grita: “seu hétero”, o hétero se ofende? Não. Então, não faz o menor sentido.
Você se incomoda com a comparação que fazem de você, por sua voz grave, com a cantora Ana Carolina?
Acho ótimo. Sempre que aparece um artista novo no mercado, comparam a alguém. Ana Carolina canta de mais. Acredito que não tenho a ver muito com o estilo dela, talvez o timbre mesmo. Sou bem mais pro rock´n´roll. Não chego à agressividade da Cássia [Eller], é um meio termo entre Ana Carolina e Cássia, o meu trabalho.
Como surgiu o contive para se apresentar na The L, em São Paulo?
Conheci os empresários que me propuseram fazer esse show. Muitas pessoas estavam pedindo. Em casa gay, já fiz vários shows no Rio de Janeiro.
Você está namorando?
Não, não, estou solteira. Acabei de sair de um relacionamento.
E recebe muita cantada de menina em seus shows?
Muita, bastante. Mas, normal, né? Como qualquer outro artista, desde o momento que passa a ser reconhecido por seu trabalho.
Quais seus planos? Você já assinou contrato com alguma gravadora?
Tenho contrato com o programa Ídolos até dia 24 de dezembro. Depois, estou liberada. Preciso esperar para que o contrato acabe, para que seja tudo dentro da lei.
Serviço:
9 de Dezembro
NISE PALHARES com Preta Gil, Chay Suede e Rafael Almeida
Espaço Acústica (Praça Tiradentes 2 e 4 – Rio de Janeiro)
Horário: 22h1º Lote R$ 30,00 / 2º lote R$ 40,00.
10 de Dezembro
Nise Palhares The L Club
Na lista, até as 23h30 R$ 15; após R$ 25