Ela é moradora do conjunto de comunidades da Maré, na zona norte do Rio, preside o grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas e é integrante do Conselho Nacional de Juventude.
"A nossa luta maior é pela sobrevivência dentro dos espaços do território de favelas. Hoje a gente vive uma época de militarização das favelas, então é preciso resistir porque a sobrevivência, a vida em si, desta população precisa ser garantida dentro desse espaço", disse.
Durante a cerimônia, Gilmara contou que enfrentou muitas dificuldades e preconceito até admitir a sua homossexualidade. "Comecei a perceber que os desejos que tinha eram normais, sim, e poderia ser o que eu quisesse. Uma frase vinha na minha cabeça: Deixe-me existir. Precisava tomar essa frase como um mantra, botar na cabeça seguir em frente e enfrentar a família", afirmou no discurso interrompido várias vezes devido à emoção.
Depois de ultrapassar essa fase, Gilmara começou a lutar pelo reconhecimento como pessoa e revelou, que, por isso, não vê necessidade de ter que se apresentar como uma pessoa transexual a todo momento. "Para que nos vejam como pessoas e não como uma identidade".
Para a transexual e tradutora de libras, Alessandra Ramos, Gilmara se destacou pela qualidade e pela força do seu trabalho. "Não tem como não sentir orgulho disso. Isso para mim não tem preço", disse.
Alessandra quer que o ato na Alerj se traduza em políticas públicas que garantam mais direitos para a comunidade LGBT e pessoas transexuais.