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Nome social para travestis e transexuais em São Paulo deve sair em março

Na tarde de hoje, terça-feira (02/03), o poder executivo do Estado de São Paulo, representado pelo coordenador de políticas públicas Dimitri Sales, se reuniu com a sociedade civil para apresentar a proposta de criação do Conselho LGBT paulista e fazer alterações, caso necessário, na projeto a ser entregue ao governador José Serra (PSDB).

Antes da leitura da proposta, Dimitri Sales explicou que o governo "está empenhado na criação do conselho LGBT". Segundo o coordenador, a ideia é criar oficialmente o conselho "em meados de março". Outra informação que, se concretizada será muito benvinda, é a o decreto para o nome social das travestis e transexuais e o do programa São Paulo Sem Homofobia. A expectativa é que ambos saiam entre março e abril, segundo informou à reportagem Dimitri Sales.

Sociedade civil dividida

Por volta das 15h, Dimitri Sales iniciou a leitura do projeto a ser entregue ao governador José Serra. Estava aberto o espaço para que pessoas pudessem sugerir mudanças no texto. E aí teve inicio a polêmica.

70% do texto passou pelo crivo da sociedade civil. Porém, um parágrafo gerou discórdia e fez com que os presentes ficassem três horas discutindo a mesma questão. E pasmem: não houve acordo. O motivo da polêmica foi se o conselho deveria ser representado por três pessoas de cada letra (LGBT), ou apenas pela identidade de gênero, no caso, masculino e feminino.

Julian Rodrigues, ativista do grupo Corsa e da executiva do Fórum Paulista LGBT, disse que a representatividade pelas letrinhas é "atrasada e sectária". Lula Ramires, também do grupo Corsa e do Fórum Paulista, argumentou que a ideia de que "gay representa gay, ou lésbica representa lésbica não funciona". Para Lula, é necessário superar essa "fragmentação".

Irina Bacci, do Coletivo de Feministas Lésbicas, discordou e disse que tal lógica enfraquece as lésbicas. "Não somos um movimento masculino e feminino. Se fosse assim, o ambulatório para transexuais e travestis não deveria existir, temos que atentar para as especificidades".

Julian Rodrigues chamou atenção para o fato de as pessoas "estarem misturando orientação sexual e identidade de gênero". Para ele, o problema "é quando os gays são maioria, e ainda por cima, somos acusados de misoginia". Marisa Fernandes, do Coletivo de Feministas Lésbicas, disse que não se sente representada "por heterossexuais" e que também "não falaria pelas travestis e transexuais".

O debate seguiu por mais de duas horas e não houve consenso. Ao final da discussão Dimitri Sales sugeriu que fosse entregue as duas ideias para a Casa Civil e que ficasse a critério deles a escolha. E assim foi. A proposta vai para a Casa Civil essa semana e segue para decreto do governador José Serra.

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