Começo este meu blog por aqui, lembrando que o conhecimento é libertador, conhecimento no sentido amplo de ligar nossas antenas para receber o sinal que é enviado de todos os lados o tempo todo e muitas vezes nem percebemos a importância destes. Nos libertar da ignorância que insiste em tomar lugar e nos afastar cada vez mais de um possível desenvolvimento global da humanidade já que nossos esforços estão concentrados nisto pelo menos nas conversas e debates que temos no dia a dia certo?
Conhecer culturas, entender estruturas e principalmente aprender a se organizar de maneira efetiva e promissora no sentido de nos libertarmos das amarras que o sistema capitalista nos impõe, é fundamental neste processo.
Este é o viés que pretendo linkar ao rock feito por mulheres no mundo neste artigo que escrevo ao mesmo tempo para este site luxo e para o Ladyfest London.
Já estive em alguns países da Europa e EUA tocando, e cansei de ouvir perguntas do tipo “Are there monkeys in São Paulo”, vindo de garotas e garotos que pertencem a cena punk rock destes paises, mas ai alguém pode dizer que quando perguntavam isso estavam em busca de conhecimento…Será?
Acredito eu, que garotas e garotos que estejam envolvidos com punk/riotgirl pessoas que vivem em países ricos desenvolvidos economicamente, ou seja lá o que for, deveriam mais que os de paises pobres, saber que São Paulo é umas das maiores cidades do mundo onde cerca de 20 milhões de habitantes, convivem diariamente com todos os problemas das grandes cidades e que, infelizmente, macacos só nas florestas onde aliás também se encontram em extinção. Assim como a tão cobiçada Amazônia, que a propósito, não fica ao lado do Rio de Janeiro e sofre com a pirataria biológica, devastação e exploração indiscriminada e os responsáveis legais pela sua proteção e conservação estão perdidos em meio aos papéis da burocracia, do descaso e da corrupção generalizada, corrupção que é com certeza uma característica do sistema capitalista, lucro acima de tudo mesmo.
A era da informação.com está aí mais que do que nunca, e alegar ignorância tornou-se ridículo. Aprender a querer buscar, receber, enviar e trocar conhecimento é a única forma de empoderamento efetivo para todos, especialmente dentro de pequenas comunidades/grupos sociais como a cena punk roqueira independente.
Empoderamento para criar alianças de combate, as alianças feitas pelos donos do poder para dominar o mundo. Então temos que “trocar chumbo” no bom sentido, nos organizando e expandindo a abrangência das coisas que acreditamos serem boas para o planeta e a vida nas suas diversas formas por aqui.
O empoderamento das mulheres entra neste processo como uma esperança de uma nova forma de organização societal que não o modelo patriarcal falido que se encontra estabelecido. A partilha ao invés da competição por poder, o altruísmo ao invés do egoísmo, paz ao invés da guerra. E é justamente isso que estamos fazendo com a criação do Dykerama, do Projeto guitarra para meninas, das oficinas, dos Ladyfests entre outras coisas mais que temos agitado por ai!
Estimular e apoiar as mulheres/meninas a desenvolverem plenamente suas potencialidades enquanto gênero é acreditar na capacidade humana de mudar, de fazer, de desfazer, e refazer novas formas de vida em sociedade, temos muito trabalho a fazer, portanto mãos a obra!