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Nosso querido amigo, o clitóris!

Nós mulheres somos realmente privilegiadas. A mãe natureza, sábia e generosa, nos presenteou com um órgão criado única e exclusivamente para nos dar prazer: o nosso queridíssimo amigo, o incrível, o misterioso, o invejado clitóris! Companheiro de todas as horas, ele sempre está presente, pronto a nos proporcionar sensações fantásticas, estejamos sozinhas ou acompanhadas…

Durante muitos séculos, porém, o clitóris foi ignorado pela ciência, ou mesmo desqualificado. Simplificando MUITO, em uma de suas teorias (muito refutada por várias correntes da psicologia e da medicina) Sigmund Freud, o pai da psicanálise, disse que o orgasmo clitoriano era característico de mulheres imaturas sexualmente e que, com a maturidade sexual, as mulheres passavam a ter orgasmos vaginais.

Uma visão estreita, que representa uma sociedade feita e dirigida por homens, que se recusam a acreditar que as mulheres podem ter prazer sexual sem depender de um pênis. Em muitas culturas, ainda hoje as mulheres têm seus clitóris (e às vezes até os lábios vaginais) extirpados como parte de um ritual de passagem para a vida adulta, entre outras coisas.

Estima-se que aproximadamente 150 milhões de mulheres sofram este ritual por ano, e existe muita polêmica em torno do assunto – tema longo, ótimo para uma outra coluna…

Atualmente a ciência conhece muito bem nosso clitóris querido, que na verdade é bem maior do que a gente vê. Suas terminações nervosas se prolongam pela vagina e uretra, chegando até a bexiga. Ele é o órgão do corpo humano (tanto masculino como feminino) que contém mais terminações nervosas: em um espacinho que varia entre 1 e 3 cm, em média, existem cerca de 8.000 terminações nervosas – isso explica todas as sensações maravilhosas que ele pode provocar…

Existem clitóris de todos os tipos e tamanhos, desde os mais tímidos, que necessitam de maior atenção para serem encontrados, até os mais desinibidos, que aparecem logo de cara, meio sem pedir licença. Mas o bom é que o tamanho não interfere na sensibilidade nem no prazer que ele proporciona, e disso nós já sabemos. Quem não se lembra da primeira vez que descobriu este nosso amigo e como se surpreendeu com que sentiu? Difícil esquecer…

Assim como os formatos, as formas de obter prazer com ele são infinitas. Usar as mãos e os dedos talvez seja o jeito mais básico e simples, mas que sempre exige cuidados. O clitóris não é um botão liga-desliga, é preciso perceber a intensidade e o ritmo com que sua parceira gosta de ser tocada… Muitas vezes cometemos o erro de fazer da forma que nós gostamos, parece ser o mais óbvio, mas em sexo nada é tão óbvio assim…

A combinação lábios – língua – clitóris é de levar qualquer uma à loucura, e, novamente, cada mulher gosta ser estimulada de uma forma diferente. Muitas gostam de serem literalmente chupadas, para outras isso provoca dor. Por isso, variar, experimentar e prestar atenção à parceira na hora é essencial. A cooperação de quem está recebendo também é fundamental, porque mulher nenhuma consegue ler pensamento: ajude a descobrir como você gosta de ser estimulada, falando ou mostrando de algum maneira; mas também esteja aberta a novas sensações.

E a famosa posição clitóris com clitóris? Para algumas mulheres ela é a preferida. Algumas vezes, dependendo do casal, é preciso um esforço para encontrar a melhor posição de “encaixe”, mas o resultado sempre vale a pena… Também não podemos esquecer das variações clitóris com coxa, clitóris com púbis, clitóris com seios etc etc e etc.

Mas o bichinho é caprichoso… Muitas vezes tudo parece tecnicamente certo, perfeito, e nada acontece. É que o clitóris não é um órgão à parte no corpo feminino, ele quase sempre trabalha ligado à mente e ao coração. Quem já não broxou ao perceber que está sendo estimulada quase por obrigação, como se fosse algo mecânico e estivessem te dizendo: “vai goza logo!”. Não adianta, quando a mente e o corpo não querem (ou desistem) o melhor é virar pro lado e dormir, ir tomar um chá de camomila ou brincar de jogo-da-velha.

E quem nunca passou pela situação de estar já louca de tesão, subindo pelas paredes, quase desfalecendo, e nada de gozar? A sensação que temos, quando o clitóris está muito intumescido (fino,né?) e excitado é quase dolorida.

Nestas horas existem algumas saídas: caso você esteja num dia inspirado, se sentindo guerreira, funciona respirar fundo, relaxar o corpo e buscar dispersar a energia que está contida na região estimulada, sem que sua parceira pare de estimulá-la.

Caso contrário rola pedir pra mocinha variar um pouco o estímulo (fazer um pouco mais fraco, mudar um pouco de região, etc…), ou mesmo parar por alguns minutos e voltar depois. O bom é que assim a sensação de prazer dura mais tempo…

De tudo isso, o que realmente importa é a criatividade (e o bom senso, claro!). Tanto faz se estamos ou não com alguém, com chuveirinho, vibradores, línguas ou dedos, vale a pena sentir tudo o que o clitóris tem a nos proporcionar. Temos um órgão criado só para nos dar prazer. Seria um desperdício e tanto ignorá-lo.

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