Desde que anunciou uma campanha publicitária com o deputado federal e assumidamente homofóbico, Jair Bolsonaro (PP-RJ), a marca de lingerie Duloren vem enfrentando uma forte pressão através da internet para que reveja a escolha de seu "garoto propaganda".
E quem resolveu reforçar essa manifestação contra a peça publicitária da Duloren foi a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Em nota, a ABGLT afirma que a marca de lingerie "se vale da fragilidade social de milhões de homossexuais para repercutir na mídia".
A campanha da Duloren foi classificada de "péssimo gosto" pela entidade nacional, que também lamentou o fato de o parlamentar só aceitar participar do comercial depois que a empresa desistiu de chamar a transexual Ariadna (ex-BBB), que contracenaria ao lado de Jair Bolsonaro.
Especula-se que o slogan da campanha será: "Esse Kit o Bolsonaro apóia", em alusão ao "Kit Escola Sem Homfobia" que o deputado fez diversas articulações para que não fosse aprovado.
"Isso é coisa de gente com QI de ameba", diz presidente da Duloren
Em entrevista ao portal Terra Magazine, o presidente da Duloren, Roni Argalji, confirmou o convite a Bolsonaro. Para ele, a escolha para que o deputado faça parte da campanha trata-se liberdade de expressão. "O que é poêmica? Polêmica é: tem gente que concorda e gente que não concorda. As pessoas têm que ser respeitadas. O Bolsonaro tem uma opinião, um ponto de vista e tem que ser respeitado. Não é só ele que pensa desta maneira. Tem muita gente que o segue, tanto que é deputado e foi eleito", justificou o presidente da marca.
A respeito da reprovação quanto a campanha, Roni Argalji foi incisivo e afirmou que isso "é coisa de gente que não tem o que fazer". "Isso é iniciativa de gente que não tem opinião. Só porque eu, Roni, sou a favor ou contra ou não tenho opinião a favor ou contra vão me boicotar? Isso é coisa de que gente com QI de ameba, gente burra, gente ignorante que não tem o que fazer. Uma pessoa, que tem a sua opinião e sabe que o outro tem direito a seu pensamento, não vai entrar numa idiotice, numa infantilidade dessa", concluiu.