E as urnas do Chile foram abertas. Com isso o mundo conheceu o novo presidente do país: Sebatian Pinera, da Coalizão Para a Mudança, aliança de centro-direita que irá substituir a “Concertacion”, que governou o Chile por vinte anos e sai do governo Bachelet com 80% de aprovação. Mesmo assim, o povo andino rejeitou o candidato oficial, Eduardo Frei.
Com tal resultado tucanos e petistas devem estar euróficos.
A direção do PT deve estar de cabelos em pé: Michele Bachelet tinha uma aprovação pessoal de 81%, ou seja, era dada como certa a continuação da Concertação no comando do Chile. Porém, escolheram um ex-presidente não carismático e com um discurso, aos olhos da população, parado no tempo.
Já a tucanada deve estar estourando champanhe. Pois, assim com no Brasil, onde o presidente Lula tem 80% de aprovação, o mesmo aconteceu no Chile e pode acontecer por aqui: não haver a transferência necessária de votos para o candidato oficial, no nosso caso, candidata: Dilma Rousseff.
E o que houve no Chile? A direita conseguiu desconstruir o discurso da esquerda (se é que essa dicotomia ainda existe). O principal golpe desferido pela Coalizão da Mudança foi abordar abertamente na campanha a união civil gay. Chegaram mesmo a expor um casal se beijando. Marketing? Pode ser. Ou não.
Porém o eleitorado catou. Seguiu e resolveram dar uma chance. Acreditaram no bordão “continuar, mas modernizar”.
Após Pinera, todos os outros candidatos resolveram colocar o tema gay como promessas. Ficou falso. A direita se deu bem. Inovou na hora certa. Mostrou que o eleitorado não está tão burro assim. O povo chileno tem a Bachelet como uma ídola. Assim como os brasileiros para com Lula.
Duas figuras que transcendem seus partidos.
E aqui no Brasil, será que teremos uma surpresa como os chilenos tiveram. A questão LGBT nas campanhas majoritárias?
Bueno, mas os PTistas devem contar com o efeito Kassab: desconhecido do eleitorado paulistano, começou a disputa em quinto lugar. Quando o povo associou a sua imagem as melhorias da cidade e constatou que ele continuou boa parte dos projetos da Marta… Até o Alckmin ele derrubou.
Tudo ainda é nebuloso.
Só sei que a noticia do Chile explica duas coisas:A transferência de votos não é natural e o povo do PT vai ter que suar a camisa. E, a questão da sexualidade não é exclusividade da direita e nem da esquerda. Ela transcende. Está em todos os locais, cabeças e corpos.