Com o crescimento e profissionalização do mercado LGBT no Brasil, grandes empresas, atraídas pelo potencial de consumo desse segmento, mostram-se cada vez mais interessadas em criar produtos e serviços específicos sem, no entanto, dispor das ferramentas certas para se aproximar dele.
O que já é uma realidade lá fora começa agora a ganhar força no país. Multinacionais que até então se mostravam temerosas em aliar suas marcas ao público gay passaram a procurar profissionais especializados para entender, organizar e investir na segmentação (ou personalização) de estratégias de marketing.
Para fazer essa ponte entre empresas e o consumidor LGBT, foi lançada há pouco mais de duas semanas a G* Access Group, uma agência de comunicação e marketing com sedes nos Estados Unidos, México e Brasil, destinada a ajudar grandes corporações a identificar e manter novos modelos de negócios e campanhas publicitárias especificamente dirigidas a gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
À frente da agência estão a jornalista Andressa Martins (na foto, à esq.) e a especialista em negócios Monica Taher (à dir.), que já fez parte da Glaad (Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação), ONG cujo objetivo é monitorar a correta abordagem da homossexualidade na mídia norte-americana. Segundo Martins, que assume o cargo de vice-presidente na G* Access Group, a agência deverá focar essencialmente na responsabilidade social corporativa. "Nosso trabalho inclui assessoria para criação de affinity groups (grupos especiais de clientes), melhores práticas de Recursos Humanos para colaboradores GLS, plano de mercado para aumentar a visibilidade da companhia dentro de mercados LGBT, entre outros serviços", explica a jornalista.
Na carteira da nova agência estão grandes empresas, como a IBM e a American Express. "Além de ser única no mercado latino-americano, temos na agência profissionais com grande expertise no desenvolvimento de novos modelos de negócios", destaca Martins, para quem o mercado gay no Brasil vem crescendo exponencialmente. "Em nenhum país vemos os gays terem os mesmos direitos dos heterossexuais. O Brasil vem progredindo muito e daqui a alguns anos estaremos em equilíbrio com alguns países mais avançados", acredita.
Para a jornalista, o mercado deve necessariamente acompanhar as mudanças da sociedade. "Demorou algum tempo para que o mercado GLS fosse descoberto e para que as empresas oferecessem produtos e serviços abertamente para este público", diz. "Minha opinião é que o mercado GLS no Brasil ainda é um nicho esperando por descobertas. Apesar da demanda crescente, o país não está preparado para atender bem esse mercado, principalmente pela falta de conhecimento dele", completa.
Conferência internacional
Com o propósito de educar funcionários homo e heterossexuais e especialistas em recursos humanos sobre a necessidade de criar benefícios nas empresas independente da orientação sexual ou identidade de gênero, a G* Access Group realizará, em abril de 2010, na capital paulista, a 1ª Conferência Anual Latino-americana de Responsabilidade Social Corporativa LGBT.
A conferência pretende oferecer a funcionários e empresas informações sobre como criar estratégias para aumentar vendas, promover práticas de tolerância e investir em ações de diversidade.
Para mais informações, acesse: www.gaccessgroup.com.