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Nova ministra da Casa Civil considera projeto de criminalização da homofobia “polêmico”

Nesta terça-feira (7), dois fatos mobilizaram o Brasil: a demissão do ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT-SP), que será substituído pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o jogo de despedida do jogador Ronaldo "fenômeno", que desfilou durante quinze minutos na partida entre Brasil e Romênia.

À comunidade LGBT interessa a primeira notícia, pois, a partir de hoje, Hoffmann passa a ser o segundo nome mais influente do governo federal. A presidente Dilma Rousseff já disse estar mais disposta a garantir a base aliada do que enfrentar temas "polêmicos", não fosse isso Gleisi Hoffmann continuaria em sua cadeira no Senado.

Quem é Gleisi Hoffmann?
A nova ministra da Casa Civil é natural de Curitiba, nascida em 6 de setembro de 1965. Formada em direito em 1989, Hoffmann começou a sua carreira política no movimento estudantil e chegou a presidir a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

Hoffmann está em seu primeiro mandato como senadora – foi a mais votada do Brasil com três milhões de votos -, e já disputou a Prefeitura de Curitiba, mas acabou ficando em segundo lugar. Porém, na esfera do Executivo, a ministra tem experiência na gestão de Itaipu Binacional entre os anos de 2003 e 2006; foi secretária de gestão na Prefeitura de Londrina em 2001; e também participou da reestruturação do governo do Mato Grosso do Sul em 1999.

A nova ministra da Casa Civil chegaria ao Partido dos Trabalhadores no ano de 1989, tornando-se presidente do PT do Paraná, fato esse que a transformaria em liderança da sigla em seu estado. Mais tarde, ela também ocuparia espaço na liderança nacional de seu partido.

"O PLC 122 é um projeto muito polêmico"
Gleisi Hoffmann é considerada pelos seus pares e pela oposição como uma política de linha dura e muito rígida em suas decisões. Por conta disso já é chamada de a "Dilma da Dilma". Nas suas primeiras aparições na mídia nacional – que se deu por conta de sua beleza, algo que ela refuta – a nova ministra realmente se revelou rígida e até mesmo conservadora em temas como o aborto e a criminalização da homofobia.

Em suas declarações, a ministra disse que é preciso trabalhar para criminalizar a postura de "gente como o Bolsonaro, que sai pelas ruas espalhando o preconceito", mas não interferir na liberdade de culto. Para Hoffmann, ainda vivemos numa sociedade estruturada nos valores religiosos e que não é possível mudar de uma hora para a outra a base social.

No entanto, Hoffmann ressaltou que é preciso lutar contra a homofobia e que apoia o PLC 122, mas com ressalvas. A ministra declarou que a sociedade não pode ser tolerante frente ao preconceito e a discriminação. Sobre o aborto, a ministra disse que é contra a descriminalização da prática.

Assim como muitos do atual Executivo, Gleisi Hoffmann é reticente sobre os temas do aborto e da criminalização da homofobia, pesa também o fato de que a senadora se recusou a assinar e a integrar a Frente Parlamentar LGBT do Congresso Nacional.

Apesar dos dois fatos negativos no que diz respeito à comunidade LGBT e às mulheres, parte dos ativistas gays do Brasil já declarou considerar um avanço e um bom sinal a substituição de Palocci por Hoffmann. Enfatiza-se que, em um país tão machista e homofóbico como o Brasil, é um avanço ter duas mulheres como as principais mandatárias.

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