Na última segunda-feira, 19 de maio de 2024, a diretora Marla Price anunciou a incorporação de obras de quatro artistas ao acervo permanente do The Modern. Entre os novos nomes estão Jeffrey Gibson, Gabriel Orozco, Howardena Pindell e Dyani White Hawk. Uma das aquisições que mais chama atenção é a peça escultural “I’m Not Perfect (2014)”, de Jeffrey Gibson, um artista indígena queer.
Gibson, que recentemente participou da exposição “They Teach Love” no Museu de Arte Jordan Schnitzer da Washington State University, também está representando os Estados Unidos na 60ª Bienal de Veneza, uma prestigiada exposição internacional de arte contemporânea que ficará em exibição até novembro deste ano.
Jeffrey Gibson, nascido em Colorado Springs, Colorado, em 1972, é de ascendência Choctaw e Cherokee. Seu trabalho é reconhecido por promover narrativas pouco exploradas, criando reflexões sobre a vida contemporânea através de uma fusão de culturas indígenas, referências à cultura pop, história da arte e questões de gênero. Essas influências são evidentes em suas instalações, pinturas e esculturas.
“I’m Not Perfect” faz parte da série de sacos de pancadas de Gibson e foi destaque em sua retrospectiva “This Is the Day”, realizada entre 2018 e 2019. O artista transforma sacos de pancadas encontrados, adornando-os com contas de vidro e sinos de lata, reavaliando os conceitos de masculinidade e cerimônias indígenas através de um objeto tradicionalmente associado à agressão e liberação emocional. A bordadura com a frase “I’m Not Perfect” no topo do saco é uma referência direta à canção homônima de Grace Jones, lançada em 1986. No videoclipe da música, a icônica artista dos anos 1980 passa por tratamentos de beleza para se conformar aos padrões contemporâneos de perfeição, mas, ao final, reasserta seu valor intrínseco, vestindo uma saia desenhada por Keith Haring. Gibson combina a mensagem da música com símbolos relativos ao seu gênero e herança cultural, criando uma meditação complexa sobre a jornada interior do homem no século XXI.
Além das obras de Gibson, as novas aquisições incluem trabalhos de Gabriel Orozco, Howardena Pindell e Dyani White Hawk, todos em exibição nas galerias do primeiro andar do The Modern. Marla Price destacou que estas obras, que abrangem pintura, mídia mista e escultura, representam bem a diversidade e profundidade do trabalho dos artistas, sendo uma honra adicioná-las ao acervo do museu.
Em outras notícias do mundo da arte, o artista local Armando Sebastian foi contemplado com a bolsa de viagem Otis and Velma Davis Dozier, concedida pelo Museu de Arte de Dallas. A bolsa permitirá a Sebastian explorar práticas de fabricação de papel no Japão, criar impressões de frottage de lápides de designers de tipos na Europa e estudar destilarias de rum e locais de patrimônio cultural na Martinica.
Estas adições e reconhecimentos reforçam o compromisso contínuo do The Modern e de instituições locais em apoiar e celebrar a diversidade e a inovação no campo das artes.
