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Novembro Azul: Médico tira dúvidas importantes sobre o câncer de próstata

Inspirada em uma ação Australiana, a campanha Novembro Azul – que ocorre neste ano – visa alertar sobre a importância e o tratamento da saúde do homem, sobretudo contra o câncer de próstata.

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Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 47% dos homens nunca realizaram exames para detectar o câncer de próstata e 44% nunca se consultaram com um urologista.

Entre os homens, o câncer de próstata fica atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. E, em 2014, são esperados 68.800 casos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer.

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Alguns dos tumores podem crescer de forma rápida, podem se espalhar para outros órgãos e até levar à morte. A maioria, contudo, cresce de forma lenta (de 15 anos para atingir 1cm) e não chega a dar sinais durante a vida.

Vale lembrar que a próstata é uma pequena glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa de 25 a 30 gramas e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função é produzir 70% do esperma.

O ACAPA conversou com o médico oncologista Alexandre Fonseca, da Oncomed BH, e ele tirou dúvidas básicas sobre a doença:

– O que é o câncer de próstata?

Câncer, também conhecido como neoplasia. É uma doença na qual ocorre um crescimento exacerbado e desordenado de algumas células. No caso do câncer de próstata, essas células são originariamente da próstata, e podem invadir os tecidos e órgãos e espalhar-se para outras partes do corpo, o que denominamos metástases.

– Como se desenvolve?

Habitualmente o câncer de próstata é uma doença indolente, de crescimento lento, habitualmente acometendo homens com idade acima de 50 anos. Embora não seja conhecida sua causa, é sabido que fatores genéticos estão envolvidos, sendo que homens com parentesco de 1° grau de neoplasia de próstata apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença.

– O que o paciente sente?

Na fase inicial, os pacientes não apresentam sintomas. Grande parte dos pacientes permanecerá assintomática ou terão sintomas urinários – dificuldade para urinar e aumento da freqüência urinária. Posteriormente, pode evoluir para quadro de obstrução urinária, dor no reto ou óssea, fraqueza e desânimo.

– Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico de certeza é feito com a biópsia da próstata. Os pacientes que apresentarem no sangue aumento do antígeno prostático específico (PSA em inglês) e/ou alteração no toque retal são candidatos à realização de ultra-sonografia transretal com biópsia da próstata para verificar a presença da doença na próstata.

– Como se trata?

O tratamento do câncer da próstata é multidisciplinar, podendo envolver cirurgia, radioterapia, uso de hormônios ou quimioterapia. A escolha do tratamento ideal é feita dependendo do estágio da doença e das características de cada paciente.

– Qual é o prognóstico?

O prognóstico no câncer de próstata está relacionado com o estágio da doença ao diagnóstico, o tipo de câncer (existem alguns tipos mais agressivos que outros) e o estado geral do paciente.

– Existe maneira de fazer o diagnóstico precoce do câncer de próstata?

O diagnóstico precoce do câncer de próstata é feito através do uso da medida do PSA e do exame clínico periódico, como screening da doença. Entretanto, mesmo adotando essa prática para a detecção precoce da doença não foi observado que naqueles em que a doença foi diagnosticada mais precocemente a sobrevida elevou-se. É por esta razão que instituições como o Instituto Nacional do Câncer não recomenda a utilização do screening em câncer de próstata.

– Existe cura para o câncer de próstata?

Sim, em vários casos, quando a doença é diagnosticada em fase inicial e o tratamento é adequado.

– Deve-se operar ou não?

Se a neoplasia de próstata é diagnosticada em estágios iniciais, a cirurgia é uma das opções terapêuticas, assim como a radioterapia e a braquiterapia.

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