Você conferiu aqui no A Capa o novo vídeo do cantor Daniel Peixoto, 25, "Come to me", que teve lançamento promovido pelo portal MTV. O single faz parte do primeiro disco solo de Daniel, que desde o ano passado já não se apresenta mais ao lado de Leco Jucá, o que não quer dizer que eles não trabalhem mais juntos. Prova disso é que Leco produziu duas faixas do novo álbum do ex-Montage.
Além dessa parceria, que ainda não significa um retorno da dupla, Daniel contou à reportagem do A Capa que o som de seu disco será bem diferente de seu projeto anterior. Entre os novos ritmos presentes no novo álbum, o cantor diz que a atitude "punk" continua, mas que sua música terá influências de "samba e ritmos tropicais" e também haverá espaço para o "tecnobrega do Pará".
"Mastigando Humanos" é o nome do trabalho de estreia do cantor em carreira solo. Além dos novos estilos musicais que irão marcar presença em seu disco, o álbum terá uma série de participações. Entre elas Las Bibas From Vizcaya e No Porn. Sem contar um backing vocal luxo da cantora Thalma de Freitas.
O assunto principal da entrevista foi música, mas não ficou só por aí. Daniel Peixoto é um artista que surgiu na internet e, graças à rede, conquistou o espaço que tem hoje. Por ter favorecido a livre circulação de suas músicas na esfera virtual, Daniel fez com que o trabalho do Montage chegasse a um maior número de pessoas. E hoje? Será que ele continua a favor dos downloads livres?
Haverá algum tipo de mudança no seu som, agora que você está em, carreira solo?
Muito, o som do Montage era electro punk, meu novo trabalho nada tem de punk musicalmente, o punk tá na postura e na atitude dessa vez. Tô muito mais brasileiro que alemão! (risos).
Que tipo de influência musical o seu disco terá?
Samba, ritmos tropicais, muita percussão aliada às minhas referências de sempre: Massive Attack, Madonna, IAMX, Chemical Brothers… Coloquei o tecnobrega do Pará ao invés do funk carioca, em referência à música eletrônica brasileira.
Já tem título o disco? Quando ele será lançado?
O nome do disco é Mastigando Humanos e sai dia 12 de junho, dia dos Namorados.
Quando você entrará em turnê para promover o seu trabalho solo?
Em maio já começo a viajar, mas com São Paulo como ponto fixo, só depois do lançamento que vou fazer a turnê continuar de um estado a outro, de um país a outro.
O seu trabalho terá parcerias? Se sim, fale um pouco a respeito.
Sou o cara mais sortudo do pop nacional. Estou ladeado de nomes respeitadíssimos e muito competentes. Tenho a produção do Killer on the dancefloor, DiscoKillah, DJ Chernobyl, Las Bibas from Viscaya e No Porn. Além do backing da Thalma de Freitas e Barbarella. Tô fazendo um discão!
Falando em parceiras, com quem você sonha em fazer uma parceria musical?
Massive Attack.
Você já disponibilizou algumas músicas novas em seu My Space. Alguns artistas, como Fred Zero Quatro, por exemplo, se pronunciaram contrários à livre circulação de músicas na internet. Qual a sua opinião a respeito?
Olha, sem a internet talvez eu não estaria agora te dando essa entrevista. Meu trabalho sempre foi distribuído gratuitamente para todos, é a democracia cultural. É utópico achar que em 2010 possa ganhar algum dinheiro com venda de álbuns.
Otto é um artista da cena underground da MPB e teve que buscar recursos estrangeiros para fazer o seu novo disco. Como está essa questão em relação à produção de seu novo trabalho? Os empresários ainda estão reticentes com produções musicais fora do mainstream?
Não, os empresários não estão reticentes. O que eu posso adiantar é que existirão duas versões do CD. Uma normal e um box com camisetas e óculos assinados por mim.
Gostaria que você falasse da produção do vídeo "Come to me".
Foi muito cansativo, mas prazeroso. Gravei em Belém, cidade que amo e que me deu muitas referências para esse trabalho. Toquei lá umas seis vezes no último ano. A Green Vision, que produziu o vídeo e tem um histórico muito bom, já venceu vários prêmios, como o Miix Brasil com [o documentário] "As Filhas da Chiquita". E tem feito um trabalho com artistas independentes como eu, Macaco Bong e Curumin. Também tive uma ajuda importantíssima da Meachuta! e do Kavera na realização dele. Não teria feito sem todas essas pessoas maravilhosas ao meu lado.
Ainda sobre o vídeo "Come to me", ele teve estreia no portal da MTV. No que isso ajuda no seu trabalho?
A MTV é uma grande parceira e me convidou pra ter uma página no portal MTV. Foi legal levar meu público para ver o clipe lá, junto com o público do site. É uma mão lavando a outra, o que é importantíssimo.
Já pensa em fazer outro vídeo?
Já tenho os dois próximos prontos. Um que foi gravado no sertão do Rio Grande do Norte (RN), divisa com a Paraíba (PB), e gravei um terceiro essa semana aqui em São Paulo.
O que você está escutando no momento?
Santogold e La Roux.
Existe a possibilidade de um dia você e o Leco voltarem a tocar juntos?
Claro que sim. Somos amigos e ele fez duas faixas para o meu álbum. Um dos clipes que citei já estar pronto é um featuring com ele, para quem quer matar a saudade.