in

Novo paraíso gay: projeto quer criar uma Fire Island na Europa

Arquitetos e investidores LGBTQIA+ buscam construir uma comunidade exclusiva, acessível e acolhedora no Mediterrâneo

Imagine um refúgio pensado especialmente para a comunidade LGBTQIA+, onde a liberdade, a celebração da cultura e a conexão entre pessoas queer sejam o foco principal. Essa é a visão por trás do projeto Novo Fire Island, uma iniciativa ousada que quer criar um verdadeiro paraíso gay em algum lugar do Mediterrâneo, trazendo a magia e a exclusividade de um dos destinos queer mais icônicos do mundo, Fire Island Pines, nos Estados Unidos, para a Europa.

Origem do sonho e desafio da exclusividade

O arquiteto australiano Nigel Smith, que descobriu Fire Island Pines em 2004, ainda jovem e recém-saído do armário, sentiu naquele lugar um verdadeiro paraíso. Entre festas, encontros e a sensação de pertencimento, ele se apaixonou pela ideia de uma comunidade queer onde todos pudessem ser eles mesmos, sem julgamentos. Porém, o sonho começou a esbarrar na realidade: os altos preços dos imóveis na ilha original tornaram quase impossível para muitos jovens LGBTQIA+ participarem desse espaço.

Foi então que Nigel e dois parceiros, Aron D’Souza, um investidor de risco, e Brett Fraser, empreendedor imobiliário, decidiram buscar um novo local para recriar esse sonho, mas com uma proposta mais acessível e moderna, conectando gays de toda a Europa que desejam algo parecido com o que encontraram em Fire Island, mas mais perto de casa.

Buscando o local perfeito na Europa

Ao longo do último ano, Nigel tem explorado diversas áreas costeiras na Grécia, tentando encontrar um terreno com cerca de um quilômetro quadrado que possa abrigar mil casas, com acesso facilitado a praias deslumbrantes e proximidade de aeroportos internacionais. A ideia é construir uma comunidade sustentável, onde a cultura queer seja celebrada e onde a diversidade floresça com segurança e liberdade.

Apesar das críticas iniciais — que apontaram falta de diversidade no vídeo de lançamento e o risco de elitização do projeto — mais de 2.300 pessoas já entraram na lista de espera para fazer parte dessa nova comunidade. Muitos veem o novo paraíso gay como uma resposta à gentrificação crescente em hotspots tradicionais, onde o custo e a presença de públicos diversos, às vezes fora da comunidade queer, têm alterado a essência desses espaços.

Um espaço para ser e amar

Em um encontro recente em Nova York, Nigel explicou que o nome do projeto pode ainda mudar para algo que respeite a cultura local do lugar escolhido, talvez homenageando figuras míticas ligadas ao amor e à diversidade, como Patroclo e Aquiles, personagens da mitologia grega conhecidos por sua relação afetiva profunda.

Participantes do evento destacaram a necessidade de um local onde gays possam se sentir livres, longe de olhares alheios e das pressões da sociedade tradicional. A comunidade idealizada valoriza o convívio, o prazer e o afeto entre pessoas que compartilham experiências e identidades, reforçando o sentimento de pertencimento e segurança.

Desafios e esperanças para o futuro

Construir esse novo paraíso não será tarefa fácil. O projeto enfrenta críticas quanto à acessibilidade financeira, à possibilidade de se tornar um espaço elitizado e à necessidade de respeitar as comunidades locais. Nigel, no entanto, assegura que a ideia não é expulsar ninguém nem causar danos sociais, mas sim criar um novo espaço para a comunidade LGBTQIA+ florescer.

Mais que um empreendimento imobiliário, o Novo Fire Island é um símbolo da busca por pertencimento e por espaços onde a diversidade queer possa ser vivida em sua plenitude. Com os preparativos avançando e a escolha do local se aproximando, a comunidade LGBTQIA+ do acapa.com.br acompanha de perto essa iniciativa que pode transformar o mapa dos destinos queer no mundo.

Que tal um namorado ou um encontro quente?

Jiggly Caliente, estrela de RuPaul’s Drag Race, morre aos 44 anos

The Last of Us e a homofobia no pós-apocalipse: um olhar crítico