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O afeto guei em público

Dia desses rolou uma conversa entre amigos, o tema era: beijar, abraçar e coisas do tipo, entre homens gays é claro, em público. Um deles disse que não faz, que não se sente bem, outro falou também não fazer, mas ter admiração por quem faz. Respeito e entendo todas as opiniões, vivemos em um país pra lá de homofóbico e machista, o Brasil é um dos que mais mata gueis no mundo. Então, os dados nem são oficiais, o único a fazer tal levantamento é o Grupo Gay da Bahia na persona de Luiz Mott, que logo mais estará no ar com a Marília Gabriela (dia 1 de março).

Então,  em um país que sequer levanta dados a respeito dos LGBT, ou seja, ignora que eles existem, é normal que se tenha medo mesmo, ainda mais que vira e meche lemos noticias de homofobia, pra citar duas recentes: casal é expulso da Praia da Baleia e menino guei é espancado na rua Augusta, o primeiro aconteceu em dezembro, o segundo em janeiro, há duas semanas.

Tudo bem, o clima é hostil.

Porém, tenho a impressão de que, quanto mais nos fechamos, mais permitimos que o preconceito velado ou, cordial continue e se fortaleça. Ah, sim " a beesha é moderna, é legal ter um amigo gay, mas beijar" opa… Aí a cara fica feia. Eu beijo em qualquer lugar, corro risco? Corro! Como dirá a tia Claudia, "não fuja da Raia" (não sou velha ta!).  Sim, posso estar lá beijando o meu companheiro e ser xingado, coisa que já aconteceu, posso apanhar, ainda não aconteceu, chegou perto só.

É o seguinte, tenho CPF, RG, voto, trabalho, não roubo, tomo cerveja de vez em quando e não posso manifestar o meu sentimento em público? Tenho que ser guei entre quatro paredes por conta de uma sociedade heteronormativa e homofóbica  que não consegue lidar com a diferença, jamé! Não peso com os meus amigos para que façam isso, mas seria bom que cada vez mais as beeshas se manifestassem em público.

O velho clichê (mas que ninguém aplica) pagamos imposto, ou seja, direitos iguais e, já que vivemos sob a égide de um estado falido, de um movimento que pouco faz,estão mais preocupado em fazer debates virtuais e debater quem é direita, esquerda, nós temos que fazer e beijar em público é bem significante. Pois, às vezes a paranóia está mais em nós do que neles, eles, sempre eles, a sociedade HT.

Mundo real:  ontem fui ao show do Otto acompanhado do meu companheiro  e uma amiga. Assim, o público do Otto é 97% HT. E lá nos beijamos horrores, nem notei olhares ou qualquer manifestação de ódio.

Ainda faço isso no show do Racionais..Aham..

Portanto beeshas do meu Brasil: beija na rua, no metrô, no boteco, na escola, na faculdade, no ponto de ônibus, no café da tarde, nas repartições públicas, nos presidiários… Enfim, se beijem porque não é proibido dois homens/duas mulheres se beijarem na rua!

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