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O Aniversário Dela II

Ela estava ali, na entrada do bar… Linda… Sorrindo… Perfeita.
Fui me aproximando dela e quando me viu, seus olhos brilharam! Meu coração parecia uma escola de samba e só consegui balbuciar um tímido “Viu? Eu vim…” e depois dei um longo abraço de “feliz aniversário”, de “que linda você é”, de “que tal a gente fugir daqui?”…

Então ela foi cumprimentar outros amigos que ali estavam e voltei ao meu lugar, só observando todo o movimento. Depois ela se aproximou da minha mesa e eu apresentei as minhas amigas, que acharam-na super simpática, além de bonita. Ela estava ligeiramente perdida, sem saber como dar atenção a tanta gente que veio prestigiar seu aniversário, mas sempre dava um jeitinho para vir falar mais um pouco comigo… Minha amiga insistia em dizer que ela havia gostado de mim, que era pra eu investir, etc… Bom, a timidez é uma lente distorcida e de aumento, que faz as coisas mais simples parecerem impossíveis de se realizar… E a noite foi passando… até que minhas amigas resolveram ir embora. Fiquei sabendo de umas coisas que acabaram com minhas expectativas e quis ir embora também.

Fui até ela, disse que já estava indo, e ela nos acompanhou até a saída. Agradeceu pela nossa presença, despediu-se de minhas amigas e quando chegou minha vez, eu já sem esperanças, posicionei-me para dar um beijo no rosto, como todo mundo fez… Só que ela virou o rosto na minha direção e senti seu beijo no cantinho da minha boca…

Nem preciso dizer que o tempo parou naquele momento, né? =)

Ela entrou e vi minha amiga, de boca aberta, olhos arregalados, gritando para a namora dela: “Você viu isso??????” – referindo-se ao beijo na trave.
Todo mundo riu, com aquela cara de “Acorda! Ela te quer!”

Ela me queria… Mas ainda haviam coisas a serem resolvidas na vida dela e na minha também. Fui embora com aquele beijo no canto da boca, atormentando as noites que viriam a seguir…
Ficamos um mês sem encontro algum. Falei algumas vezes por telefone com ela, trocamos muitos e-mails (tudo sem segundas intenções, até porque eu queria falar pessoalmente sobre o que senti, e não por e-mail ou telefone), até que surgiu outra oportunidade de vê-la: uma apresentação de dança do ventre com a turma do curso que ela fazia!

A partir desse encontro, as coisas ficaram cada vez mais claras e nunca mais conseguimos nos separar. Muitos problemas vieram e tivemos que resolver tudo com paciência, amor e determinação. Hoje temos o nosso cantinho, temos duas “filhas” (gatinhas) e um “filho”(gatinho), que só nos dão alegria, e tantas outras inúmeras conquistas!

Meus pais aprenderam a respeitar e aceitar nossa união e o que sou. Só a minha irmã que não gostou, não aceitou e se mantém o mais distante possível de mim e da minha mulher. Fazer o que…
Só sei que não me arrependo de nada do que fiz e, se fosse preciso, faria tudo novamente, por tudo o que vivi e senti até agora…

“Os opostos se distraem. Os dispostos se atraem!” – (O Teatro Mágico)

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