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“O Congresso é muito conservador em relação aos homossexuais”, diz deputada Janete Pietá

A deputada federal Janete Pietá (PT-SP) esteve presente à II Marcha Nacional contra a Homofobia que aconteceu semana passada em Brasília. Janete tem uma longo histórico ao lado das lutas feministas e do movimento negro. Agora, ela também endossa a luta contra a homofobia e é a favor dos direitos LGBT.

Na entrevista que você confere a seguir, a deputada comenta sobre a ocupação da Esplanada dos Ministérios pelo movimento gay e diz que o ato foi importante para se fazer valer a Constituição brasileira.

Janete Pietá pontua que para a questão dos direitos humanos avançar é preciso que os movimentos negro, feminino e LGBT se unam e construam uma agenda em comum. Ela também classifica o Congresso Nacional como "muito conservador" em relação às questões de gênero e sexualidade.

Qual é a sua opinião sobre esta ocupação da Esplanada dos Ministério pelo movimento LGBT?
O Brasil tem que mostrar a sua cara e no último Censo foi feito um levantamento que mostrou existir mais de 60 mil uniões entre homossexuais. Temos que trabalhar a diversidade e eu sempre prego que a nossa Constituição diz no seu artigo terceiro que temos que respeitar a diversidade: as mulheres, os negros e negras, o respeito étnico e também o respeito à opção sexual. Não se pode em nome de qualquer religião, ou em nome de Deus, matar e perseguir. Pode-se não concordar com a diversidade, mas partir para a violência, como ocorre na avenida Paulista, para o assassinato de militantes e de pessoas que simplesmente fizeram uma opção que não é hétero.

A senhora tem uma longa caminhada ao lado do movimento feminista e negro. Acredita que existe uma falta de diálogo entre estes dois movimentos e o LGBT?
Temos que construir esta aliança. Sou coordenadora da bancada feminista e estou aqui para demonstrar que nós queremos essa unidade. Enquanto não se unir o movimento LGBT com o das mulheres, com os do negros… Tem de se fortalecer o que hoje no Brasil é tão discriminado. E a bem da verdade, as mulheres e negros são a maioria da nação.

Racismo, machismo e homofobia caminham juntos?
Sim, não tenho nenhuma dúvida. Eu estive na Conferência de Durban, em 2001, e lá foi tratado exatamente isso, de todo e qualquer tipo de discriminação, por exemplo, falou-se da homofobia, do preconceito contra o estrangeiro… Então temos que trabalhar para que o mundo se abra para essa questão e aceite a diversidade. A democracia só será plena quando todos trabalharem juntos.

O Congresso Nacional está mais ou menos conservador?
O Congresso é muito conservador. E neste sentido é conservador em relação aos gays e às lésbicas, conservador em relação ao corpo da mulher e totalmente contrário aos avanços sociais. É essencial que sigamos o exemplo do Supremo Tribunal Federal (STF) e aprovemos leis aos LGBT, por exemplo, como a Argentina já fez e alguns estados do Brasil.

Um posicionamento público da presidente Dilma Rousseff sobre as questões LGBT faria diferença?
A Dilma é diferente do Lula, mas ela tem trabalhado nas políticas e tem estimulado a questão da saúde.

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