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“O Congresso é muito homofóbico”, diz senadora Fátima Cleide

Relatora do PLC 122/06, o projeto de lei que criminaliza a homofobia no país, a senadora pelo estado de Rondonia, Fátima Cleide, foi entrevistada pelo jornal carioca O Dia.

Após ter ido à tribuna do parlamento mostrar as reportagens e cobrar atitude dos demais políticos, a senadora falou ao jornalista Mahomed Saigg. Na conversa, a petista afirmou que o Congresso é  "reflexo da sociedade".

"Como boa parte dos brasileiros tem preconceito, muitos têm receio político de se posicionar na defesa dos direitos humanos, sobretudo de homossexuais. O Congresso é muito homofóbico", declarou Fátima.

Para a senadora, uma das principais consequências da falta de punição à discriminação homofóbica "é o isolamento de lésbicas, gays e travestis, que estão ficando cada vez mais limitados a guetos na sociedade".

Questionada por Saigg se gays que vivem na periferia sofrem mais com a homofobia, a senadora deu uma resposta certeira. "O preconceito está em todo lugar. Mas nas favelas e periferias, a homofobia é ainda maior. É onde ela se apresenta da forma mais violenta. É também onde ela é mais consentida pela população, que finge não ver o que está acontecendo."

Para Fátima, "a homofobia é uma questão cultural, que só será superada com educação". Quando perguntada se há maneiras de reverter o quadro de homofobia em que se encontra o país, a senadora disse acreditar que "a  escola tem um papel fundamental no processo de superação dessa questão". "Mas", completa, "nós já atingimos um patamar tão grande de violência que só a educação não resolve. Por isso insistimos na criminalização".

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