Muitas vezes, enquanto andava pela Augusta, ou pela Frei Caneca com minha amiga Laura (ela se veste como um homem), fui secado por diversas mulheres: Altas, magras, gordas e baixas [Será que o problema era ela, ou minha mania de andar de mãos dadas?]. O fato é que isso acontecia mesmo quando eu estava sozinho. Como no dia em que comprei uma boina MEGA FASHION [Eu achava que parecia um gogo-boy] e resolvi ir ao Bocage (Antigo Point gay e lugar onde se bebia em pé).
Depois de passar três horas lá e não beijar ninguém, resolvi ir embora [Porque eu não beijei? Afinal, porque todos beijam menos eu?]. Já estava com cara de choro quando um menino passou a mão no meu rosto [Era um sonho, só podia ser] e disse:
_Que Boina linda!
_Obrigado, respondi com a voz mais grossa que pude.
Então ele se afastou e indagou assustado:
_Eu tinha certeza que você era uma menina.
Foi nesse dia que decidi. Eu ia me matar aos poucos. Como se pode viver em um mundo onde se é confundido com mulher? Se meu pai ouvisse isso diria: _Eu sabia, eu sempre soube que você não era gay. Isso é um castigo de Deus [Será que existe bicha lésbica?]. Já minha mãe, olharia para mim com a cara mais dramática do mundo e choraria sem parar por três dias. [Porque meus pais são evangélicos?]
Eu tenho 25 anos e nunca tive um namorado.
FATO: Quando um gay passa dos 25 fica difícil conseguir um deles.
Tenho 1.64, 53kg [Me acho gordo] e cabelos crespos [Por que não são lisos?]. A verdade é que eu tinha um grande defeito [Tinha]. Eu fui a última bicha romântica da cidade de São Paulo [Fui]. A partir de hoje eu só transo sem camisinha, deixo gozar na cara e claro, não me importo se o cara é bonito ou feio, se tiver um PAU GRANDE eu tô dentro [Tá, se isso não couber em mim eu posso chorar?].
Antes, eu gostaria de contar minhas histórias, loucuras e dramas desde quando eu tinha 18 anos e acabara de me descobrir [Por que afinal as pessoas saem do armário?]. Sofri, chorei, amei e não fui correspondido, levei bolos incríveis e cometi os piores erros possíveis. Aproveite, não ria e me respeite!