Na tentativa de melhorar a relação da igreja com a comunidade LGBTQ+, o Papa Francisco, líder supremo da Igreja Católica, mostra um perfil controverso quando o assunto é a inclusão deste grupo no catolicismo. A partir de uma investigação detalhada, vamos analisar os posicionamentos do Papa Francisco acerca da comunidade LGBTQ+.
Em outubro de 2020, o Pontífice surpreendeu o mundo ao mostrar-se favorável à criação de leis que assegurem o convívio civil das pessoas LGBTQ+. Durante uma entrevista para um documentário, o Papa de 84 anos defendeu que todos têm direito a ter uma família, e que, por serem filhos de Deus, as pessoas LGBTQ+ devem ter acesso a esse direito legalmente.
Ainda assim, é oportuno observar que essa afirmação do Papa não necessariamente sugere um apoio ao casamento homoafetivo dentro do contexto religioso, e nem mesmo uma mudança da doutrina da Igreja Católica, visto que o casamento católico é visto como sacramento.
Portanto, a declaração de Francisco é, na verdade, uma defesa dos direitos civis da comunidade LGBTQ+, independentemente do reconhecimento dessas uniões pela Igreja.
No entanto, embora tenha se posicionado favoravelmente em relação aos direitos civis da comunidade, o Papa Francisco teve seus momentos de contradição. No início de 2021, a Congregação para a Doutrina da Fé, com aval do Papa, reforçou a impossibilidade de bênçãos a casais homoafetivos pela igreja, desapontando muitos simpatizantes da causa.
Por outro lado, o Papa já adotou um discurso mais inclusivo em ocasiões anteriores. No início de seu pontificado, em 2013, Francisco proferiu a famosa frase – “Quem sou eu para julgar?” – quando questionado sobre sua visão acerca de homossexuais.
Outro passo significativo do Papa Francisco na direção do diálogo com a comunidade LGBTQ+ foi sua privada reunião com Diego Neria Lejárraga, um homem trans da Espanha, em 2015. O Papa entrou diretamente em contato com Lejárraga após receber uma carta dele descrevendo a discriminação que sofria por parte de sua comunidade católica local.
Em resumo, o Papa Francisco tem um histórico variado em relação à causa LGBTQ+. Embora tenha adotado uma postura mais inclusiva em várias ocasiões, há momentos em que sua ações parecem contradizer diretamente suas palavras.
Com o tempo, observaremos se o Pontífice continuará avançando para uma postura cada vez mais progressista em relação aos direitos e reconhecimento da comunidade LGBTQ+ no seio da Igreja Católica.