in

O lado quente do ser

Ontem saí para caminhar na avenida Paulista. Era fim de tarde e o céu estava cinzento. Mas não fui sozinha. Meu querido amigo Adriano Doval me fazia companhia.

Nos conhecemos há mais de dez anos e, desde então, já tivemos fases em que ficamos juntos o tempo todo e momentos de separação para seguir caminhos diferentes (sem nunca nos perdermos um do outro).

Durante esse nosso passeio, recordamos as festas em que estivemos, de milhares de pessoas fantásticas que conhecemos, dos nossos desejos secretos, e das nossas perdas e danos. Sem saudosismo, foi uma espécie de retrospectiva e balanço de nossas vidas antes e depois de nos encontrarmos.

O Adriano é cantor e me contava sobre o prazer indescritível de cantar, de encantar as pessoas, de alertar, de fazer pensar, de se comunicar por meio do canto.

Sempre que o escuto falar sobre seu dom e ofício que exerce com amor, eu fico encantada (muitas e muitas vezes tivemos conversas de encantamento e sonho). Ontem, eu o vi e ouvi como das outras vezes, mas com a novidade da maturidade em suas palavras. Um tom seco quando fala das dificuldades de viver do canto, da falta de interesse de quem pode patrocinar artistas assumidamente gays (sejam homens ou mulheres) e um tom grave e seguro pra defender seu ponto de vista e sua arte.

Hoje quero apresentar a vocês Adriano Doval, um artista sério, forte, e que, diante de todas as adversidades do show biz, não perde jamais o que nós chamamos de O LADO QUENTE DO SER (numa citação à nossa musa Marina Lima).

Dykerama estréia distribuição de conteúdo por RSS

Morangos e Champagne