Com a proximidade das eleições, não posso deixar de dizer que nós, mulheres, devemos votar com muito mais atenção e cuidado neste domingo.
Ainda passamos por situações onde o machismo é visto e exercido com naturalidade. Exemplos disso: nas relações de trabalho, quando homens e mulheres muitas vezes executam as mesmas funções, porém os homens ainda ganham mais; nas relações sociais, quando somos obrigadas a ouvir xingamentos pejorativos no trânsito do tipo “vai pilotar um fogão”! Ou mesmo ter que agüentar aquela “forcinha” masculina quando tentamos estacionar o carro. Resumindo: chato, cansativo e incômodo.
Incômodo maior por que nós deixamos e não tomamos atitudes mais explicitas no sentido de não permitirmos mais, de forma alguma, sermos tratadas com diferença. Que a diferença exista para que sejamos bem tratadas então.
Vamos pensar em não aguentar mais a violência, seja ela cometida em casa, nas ruas, em qualquer lugar. Não vou ficar aqui citando a quantidade de candidatas que existem e que lutam por nossos direitos, vou apenas dizer que se estão lendo isso, pensem o seguinte: é a última chance para termos representatividade efetiva no poder.
A grande verdade é que ainda pensamos como se fossemos secundárias nesse mundo. São milênios ouvindo que somos feitas a partir de uma costela vinda de um homem, milênios ouvindo que fomos nós as causadoras do pecado original e consequentemente da ira de Deus, milênios sendo queimadas, enforcadas e punidas com apedrejamentos porque simplesmente queremos ser ouvidas e amadas por nossas atitudes.
Psicologicamente temos incutido em nossas mentes que devemos ser calmas e passivas, que somos o sexo frágil. Porém, se não modificarmos esse pensar e se não começarmos a agir diferentemente, seremos sempre vistas como secundárias. Só depende de nós.
Hoje em dia já é possível até mesmo criar um espermatozóide a partir de uma célula feminina! Ou seja, não fomos nós que viemos de um homem, são eles que são recriados a partir de nós!
Não quero um mundo somente com mulheres, não é isso, só quero que paremos de ser submissas e enxerguemos que o que somos ou deixamos de ser, está ligado a nossa própria atitude perante o mundo.
Isso vale para tudo, se temos medo vamos descobrir de onde ele vem e tratá-lo; se somos inseguras, tímidas e não conseguimos nos relacionarmos, vamos pensar o porquê disso e mudar, se queremos amar outra mulher, amemos.
Isso tudo esta parecendo um desabafo e é de certa forma, sou mulher e cansei de viver num mundo que nos trata diferentemente e perceber que o pior de tudo é que aceitamos isso.
Se eu estiver errada me avisem.
Beijos e até mais.
* Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Se quiser perguntar algo envie email para claudia@dykerama.com.