Semana passada ou na outra alguém disparou e-mail para a imprensa “informando” que o Brasil teria seu primeiro casamento gay. Um dos noivos era Felipe Campos, um jornalista da Rede TV! Meses antes o rapaz saiu em Destaques GLS, coluna da Folha Online assinada por Sérgio Ripardo.
No e-mail dizia que a cerimônia seria uma festa de candomblé e contava a lista de convidados do casal incluindo Sergio Cabral, governador do Rio, além do Kassab, prefeito de São Paulo, e Marta Suplicy, atual Ministra do Turismo.
A gente resolveu não dar a notícia aqui. Não vale a pena. O Brasil já tem casos de uniões homoafetivas registradas. Já há jurisprudência que reconhece as uniões estáveis de parceiros do mesmo sexo.
E é tão óbvio que o casamento do Felipe não é o “primeiro casamento gay do Brasil” – se fosse o primeiro transmitido ao vivo pela internet, ou o primeiro a aparecer no programa do Amaury Junior, vá lá, teria aí algum ineditismo ou pioneirismo – que a gente meio que optou naturalmente por seguir uma frase do Sérgio Amaral Jackson Araujo que o Roberto falava desde as primeiras reuniões de pauta da revista. “O óbvio não se comenta”.
Alguns sites não-gays morderam a isca, caíram na armadilha e noticiaram o casamento agora criam polêmicas, publicam erramos e tudo mais. É interessante observar a mídia e as pessoas que querem aparecer nela.
Não conheço o Felipe pessoalmente, mas particularmente entendo a celebração do casamento como algo um tanto quanto privado. Um momento para dividir com pessoas especiais e que de certa forma foram importantes na sua vida. Desconfio que o tal Felipe não seja íntimo do Sergio Cabral, do Kassab ou da Marta. Aposto que com uma lista de convidados desse naipe ele quer é ser colunável da minha amiga Mônica Bergamo. Acho que eles não compram a pauta. Ficou faltando uma coisa essencial. Pedir um faqueiro de 16 mil…
E só pra constar, a gente aqui da redação está esperando os convites da cerimômia.