Na manhã desta quinta-feira (17) alunos da Universidade Mackenzie, em São Paulo, fizeram uma intervenção contra a homofobia durante a leitura da Carta de Princípios da instituição. A carta já havia sido divulgada no site da universidade e clamava pelo "direito de criticar os estilos de vida que não seguem o padrão cristão".
Sheila de Carvalho é estudante do Mackenzie e esteve presente ao ato. Segundo a estudante, tudo aconteceu na "maior tranquilidade". Ela conta que a ideia do grupo era ler um manifesto, mas não foi possível, pois o pedido tinha que ter sido feito antes. Portanto, o grupo esperou o chanceler Augustus Nicodemus se pronunciar para depois intervir.
A estudante conta que realizou duas perguntas ao chanceler. "Perguntei pra ele como ficaria a situação dos trabalhos acadêmicos que não seguissem o pensamento do Instituto Presbiteriano, e ele me respondeu que o instituto preza pela liberdade do aluno", relata Sheila, que em seguida contou a Nicodemus um episódio onde um professor se referiu aos moradores de rua e homossexuais do centro como "lixos humanos", perguntando a ele qual seria a atitude da universidade frente a isso.
Nicodemus disse à estudante que a universidade ia investigar o caso e que outras situações como a relatada pela aluna não serão toleradas. Apesar das palavras do chanceler, Sheila disse à reportagem do site A Capa que nada "acontecerá na prática". "Eles [a diretoria da instituição] continuará com seu posicionamento homofóbico", acredita a aluna.