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“O próximo presidente tem que nomear um ministro gay assumido”, diz ativista

Justo Favaretto Neto, 49, ficou conhecido nacionalmente em 2007, quando se tornou a primeira vítima de homofobia do estado de São Paulo a vencer um processo com base na lei 10.948, que penaliza os atos homofóbicos administrativamente, impondo multas, trabalhos sociais e fechamento de estabelecimentos preconceituosos.

De lá pra cá o empresário da cidade de Pontal, interior de São Paulo, não se acomodou em sua vitória. Notou que muita gente é vítima de homofobia e fica na invisibilidade, perecendo frente ao preconceito. Para ajudar na luta contra a homofobia, Justo começou a divulgar a lei 10.948 em todos os cantos de sua cidade natal e em Ribeirão Preto, município vizinho.

Agora ele dá mais um passo, na verdade, passo dado há um ano, quando ele criou o grupo virtual "Homo Unidos". Segundo ele, o grupo foi "inspirado" no Glaad (Gay and Lesbian Alliance Against Defamation), ONG que atua na promoção do respeito e direitos LGBT na mídia norte-americana. O ativista conta que, mesmo com pouco tempo de existência, já conseguiram importantes vitórias. Como exemplos, ele cita as campanhas do salgadinho Doritos e da Penalty, que devido a ações do "Homo Unidos" foram retiradas do ar.

Qual é o objetivo do grupo?
É lutar contra a homofobia. Mas temos como foco a mídia, pois ela tanto pode ajudar a diminuir a homofobia quanto reforçar preconceitos. Nós nos inspiramos nos grupo Glaad, que faz esse trabalho nos Estados Unidos.

Além do grupo virtual, pretendem realizar encontros físicos?
Tenho um projeto de criar uma ONG em Ribeirão Preto, ainda não posso fazer isso, pois tenho que resolver algumas questões, porém, já atuamos como ONG. A única coisa ruim é que, como não temos registro, não podemos fazer projetos para pleitear recursos junto ao governo. Mas, mesmo sem recursos, já atuamos de forma vitoriosa: participamos da campanha contra a propaganda do Doritos, da Brahma e da Penalty. Todas estas campanhas foram retiradas do ar. Além dessa ação, temos mandado e-mails para os senadores, para que estes aprovem o PLC 122 (projeto de lei que visa criminalizar a homofobia no Brasil).

Acha que devemos eleger um parlamentar gay?
Com certeza. Tenho conversado com o Toni Reis (presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, a ABGLT) para que pressionemos o próximo presidente da República para que este nomeie um ministro gay assumido, pois isso aumenta a autoestima da comunidade. Agora, em relação aos parlamentares, isso depende de nós… Acredito que termos um parlamentar ou um ministro gay assumido fará também com que a sociedade tenha mais respeito com a comunidade gay, pois se trata de uma autoridade.

O que achou das políticas LGBT do Governo Federal?
Eu achei o governo Lula muito político, mas foi positivo. Porém, tudo ficou muito nas ideias, não vi nada de concreto. Mas comparado com os governos anteriores, que nem nas ideias ficaram, o governo Lula avançou pelo menos por ter colocado o debate e defendido.

E das políticas LGBT do estado de São Paulo, o que achou?
Eu gostei muito e tenho orgulho. Poderia ter feito mais, acredito que o governo estadual poderia ter ajudado mais, colocado mais pessoas, mas é válido. Para que a Coordenação de Políticas Públicas da Diversidade Sexual de São Paulo fique melhor, depende de nós fazermos pressão para que isso aconteça.

Como faz para participar do grupo?
Basta mandar um e-mail para frenteglbtt@gmail.com e no assunto colocar "adicione-me".

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