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O que a evolução nos trouxe afinal?

Estamos já em 2011 e como notamos nas recentes noticias publicadas, parece que o tempo realmente não conta quando tratamos do assunto preconceito.

Insisto sempre em falar sobre isso porque acredito realmente que nós humanos estamos ainda muito longe de sermos chamados de seres evoluídos como muitos de nossa espécie insistem em nos catalogar. Somos, sim, seres que por possuírem o chamado “pensamento” e se equivocam em seus posicionamentos diante da vida e passam a crer que algumas formas de ser e agir são melhores que outras.

A partir disso se sentem no direito de violarem aquilo que deveria ser simplesmente básico (como é para todas as outras espécies animais): o espaço de cada um. O que a evolução nos trouxe afinal?

É uma pergunta que me faço a cada dia, o que me deixa um pouco mais feliz diante da constatação de que somos como vermezinhos que destruímos nosso próprio habitat, que é o planeta terra, e após toda destruição vem a reconstrução e está poderá realmente ser muito diferente… Não quero ser tão catastrófica, afinal estou aqui para acreditar em minha espécie já que sou psicóloga e trabalho para que nós humanos possamos viver mais felizes com toda nossa “humanidade”.

Portanto, consertar erros causados por humanos em outros humanos é uma das minhas especialidades, assim tenho o dever de dizer às moças que sofreram atentado homofóbico em Taboão da Serra que permaneçam firmes em suas vontades e que lutem cada vez mais para valerem seus direitos.

Psicologicamente, fica em cada uma a dor da humilhação e da rejeição social, coisa que será resolvida quando cada uma delas ouvir as desculpas de cada um dos agressores e, mais, serem ressarcidas, seja através de dinheiro ou da punição para os mesmos, as suas perdas.

Estou particularmente tocada por essa noticia, uma vez que vemos nosso país e o mundo passar por imensos desastres naturais e notamos que o que conta ainda, muitas vezes, é a individualidade insana que acomete alguns de nós. O que incomoda tanto na homossexualidade? O que fere tanto duas mulheres se beijarem num local público? Será a violência contra sua própria espécie uma forma do homem minimizar sua dor individual?

Ei, vocês aí que batem em mulheres, que agridem animais indefesos, que chutam idosos, olhem para si mesmos e vejam que a dor que sentem não é possível de ser transferida para outro ser, é sua e só será resolvida quando olharem para o que machuca tanto e encarar de frente o que lhe faz tão mal.

Só para finalizar, está é para os que sofrem com essa violência sem razão: O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte (Friedrich Nietzsche).

*Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Email: claudia@dykerama.com

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