O Queer Museum, o primeiro museu LGBT+ da Polônia, abriu suas portas em Varsóvia, e o evento foi considerado um marco histórico na luta pelos direitos da comunidade LGBT+ em um país com forte tradição católica. Situado em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, o museu abriga aproximadamente 150 itens que narram a trajetória do movimento LGBT+ na Polônia, desde o século XVI até os dias atuais, abordando temas de resistência e busca por reconhecimento.
Na inauguração, Tomasz Baczkowski, ativista LGBT+, apresentou ao diretor do museu, Krzysztof Kliszczynski, uma bandeira do arco-íris original, feita por Gilbert Baker, simbolizando o orgulho e a luta da comunidade. O interior do museu é minimalista, contrastando com as lojas ao redor, e abrange uma coleção de cartas, fotos e relatos que mostram a história da luta por igualdade, muitas vezes enfrentando a repressão e a opressão.
Entre os participantes da cerimônia, estavam veteranos da causa LGBT+, como Andrzej Selerowicz, que em 1983 lançou a primeira newsletter polonesa voltada para homens gay. Ele compartilhou uma foto antiga de ao lado de seu parceiro, mostrando que a memória e visibilidade são essenciais na narrativa histórica da comunidade. Outros como Ryszard Kisiel contribuíram ao doarem arquivos pessoais que ajudam a enriquecer a exposição e preservar a história íntima de muitos homossexuais.
Entretanto, a celebração do museu ocorre em um contexto desafiador. Apesar de promessas de reformas do governo para legalizar uniões civis, casais do mesmo sexo na Polônia ainda não conseguem se casar ou registrar sua união. Recentemente, um especialista da ONU fez um apelo às autoridades polonesas para proteger os direitos da comunidade LGBT+ contra a discriminação e a violência.
Krzysztof Kliszczynski enfatizou a importância do museu como um espaço para garantir que a memória da comunidade LGBT+ não seja esquecida ou jogada fora. Ele e os outros ativistas se mostraram determinados a abrir um novo capítulo na história LGBT+ da Polônia, reafirmando que a luta pela igualdade continua forte, mesmo diante de um panorama em que a intolerância ainda persiste.