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O senado, a lei antifumo e Marina Presidente

E eles fizeram acordo. Depois de um belo teatro proporcionado por Tarso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL), onde os dois trocaram acusações lindas. Como por exemplo: “Seu coronel de merda” e aí pra baixo. Na verdade era o mesmo lado da mesma moeda. Os dois são oligarcas.

Aí quando pensamos que senadores fossem acordar e pressionar pela saída de Sarney e de toda presidência do Senado… Sentaram-se todos no restaurante, tomaram vinhos caríssimos e deram as mãos: PT, PMDB, PSDB e DEM. Viraram amigos. Na verdade isso se trata de rabo preso. É tanta podridão que um fica acusando o outro e todos devem. E o eleitor? Bueno, espero que este acorde e no ano que vem não vote em nenhum desses, com bem sentenciou o presidente nacional tucano e também senador, Sérgio Guerra (PSDB-PE). “Desconfio que ninguém mais votará em nós”. Pode ter certeza.

Gostei muito de uma colocação do senador Critovam Buarque: “o silêncio frente a brutalidade é sinônimo de omissão”. Parabéns.

A lei antifumo
Entrou em vigor na semana passada, para ser mais exato no dia 07/08, a lei estadual que proíbe o consumo de cigarro em ambientes fechados. Eu sou completamente a favor da lei e sou fumante em vias de parar. É provado cientificamente que a fumaça do fumante faz mal para quem está no mesmo ambiente. Quem não fuma não tem a obrigação de respirar o vício dos outros.

Segundo pesquisa do Ministério da saúde, mais de 70% das doenças que envolvem pulmão e garganta tem relação direta com o fumo e principalmente nas doenças relacionadas ao câncer. A escolha de fumar é individual, mas o espaço coletivo tem de ser respeitado, portanto, se a tal da fumaça causa doença a quem fuma e a quem não fuma… Já que não respeita, tem que vir lei. No Brasil é assim, as pessoas não fazem nada por livre e espontânea vontade, o espírito de porco prevalece.

Estou adorando a lei, pois, o grande drama de quem quer parar de fumar é ir a boate e bares. A fumaça fica rondando as mesas e os ambientes e a vontade de tragar aumenta. Agora não mais sofrerei com isso. E a coisa boa é que o Estado de Minas e Rio aprovaram leis iguais a de São Paulo. Não fumar é a nova tendência e o Brasil está nela. Até a França, o país mais fumante do mundo, baniu o cigarro.

Tem gente que argumenta que a lei é arbitrária e autoritária. Discordo. Ela visa o bem estar de todos e o governo Estadual tem tratamento gratuito para quem deseja parar. Se você fuma, olhe no verso do cigarro. Espero que essa cultura pegue no Brasil. Mas, infelizmente tem gente torcendo contra, apostando que não vai pegar. Eu creio que pega e tomara a mentalidade século XX estar equivocada e espero que os fumantes sigam a onda e diminuam o vício e parem de fumar.

Como diz a campanha de Campinas, “Quem não fuma, se perfuma”.

Marina Presidente
Depois de 30 anos de história no Partido dos Trabalhadores, ter militado junto com Chico Mendes na defesa da Amazônia, de ter participado da fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre e de ter sido ministra do meio ambiente. Ela vai sair. Marina Silva irá para o Partido Verde (PV) que, assim como o Partido Popular Socialista (PPS), está se reformulando e montando um projeto/programa partidário.

Se ela vai embora a culpa é do grupo Lula, que ao chegar no governo federal preferiu agronegócio ao desenvolvimento sustentável. Preferiu dar respaldo ao Mangabeira Unger a Marina. Aprovou emendas que legalizaram a exploração desenfreada da Amazônia por 30 anos. Preferiu preservar Sarney, aquele que um dia Lula chamou de Ladrão, a Marina Silva. E assim ela cansou e veio o convite.

Os articuladores da campanha Dilma estão de cabelos em pé. Segundo primeira sondagem de intenção de votos, Marina vai pro segundo turno com Serra. O fator Marina é positivo, pois vai dar animo a geração anos 90 e seguinte. Novas idéias vão entrar no debate. Não mais poderão falar de desenvolvimento e lucros desenfreados sem discutir sustentabilidade e por aí vai.

Outro fator é a biografia de Marina: 16 anos senadora, deputada federal e internacionalmente conhecida na questão ambiental. Tem experiência e carisma. Terceiro fator: Marina irá reunir boa parte dos setores da esquerda (real) do Brasil que não mais se identificam com o PT e também não querem se aliar ao PSDB. 2010 promete e o eixo político brasileiro nunca mais será o mesmo.

Pode escrever: Dilma não vai ao segundo turno. Se isso acontecer (e vai) a culpa é da direção do PT e do executivo, melhor, do grupo que chegou ao poder. Mudaram de lado, se aliaram ao PTB, PR (partido reaça das igrejas evangélicas), ao Collor, ao PMDB (essa ninguém engole) e ainda tem gente que diz ser esse um governo de esquerda. Sorry, não é. Mas, quem sabe fora do poder executivo aqueles que ainda acreditam na força transformadora provoquem revoluções internas de reconstrução.

Na verdade a degradação do PT começou em 2004 com a votação da reforma da previdência, quando o governo Lula aprovou o projeto FHC. Os sinais estavam claros. Só não viu quem não quis. As expulsões sumárias de Heloisa Helena (hoje PSOL), Luciana Genro (PSOL), Babá (PSOL) e a debandada não parou. Marina está nesse time, Soninha também e outros notáveis ainda irão se somar a esse grupo de dissidentes. Assim como Marx apontou que as crises do capitalismo seriam cíclicas, a história política também é. A verdade é que a força de transformação do PT se esgotou. Os utópicos irão embora. Os pragmáticos ficarão e os revolucionários mudarão de sigla. Vivemos o embrião de um novo debate e cenário político.

O eleitor agradece. Os déspotas choram.

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