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O Signo da Cidade é recheado de histórias e personagens gays

Diferente dos personagens Josi e Biô, que não estavam com o nome na lista para entrar numa festa no Vegas, a diversidade (incluindo a sexual) não foi deixada de fora em O Signo da Cidade.

Já na sinopse dá para perceber: “Enquanto astros e estrelas se movem pelo céu de São Paulo, atirando sua mágica ao acaso, homens e mulheres perguntam o que será de seus sonhos e desejos. Gil está casado e só. Lydia flerta com o perigo. Josialdo nasceu para ser mulher.”

Sim, Josialdo, ou Josi, é um dos personagens no longa protagonizado por Bruna Lombardi sobre a solidão e a solidariedade numa grande metrópole como São Paulo. Até por ter a cidade como pano de fundo, a travesti vivida pelo ator Sidney Santiago representa muito mais do que a comunidade GLBT.

É a personificação e a voz de todos aqueles que saíram de sua terra natal para tentar uma vida melhor na cidade grande. Seu pai o expulsou de casa quando alguém da igreja contou para ele que Josi era viado. Ela não contou nada, mas se é viado a culpa é do padre. Depois disso veio morar em São Paulo. Seu sonho é comprar uma bolsa Gucci. Igual a que vê numa revista. Original. Nem que para isso tenha que se virar. “De imitação já basta eu.”

Uma das cenas que mais incomodam é quando Josi é agredida por dois rapazes bêbados. Espancado covardemente na rua. Sem proteção. Sem ter a quem pedir socorro. Vítima de homofobia, transfobia, violência gratuita. A cada soco que ela leva, dói na gente. Outras coisas também doem no filme.

Anseios de personagens anônimos. Histórias que se cruzam. Uma atitude que influencia positiva ou negativamente o destino de outra pessoa. A conexão e a possibilidade de mudar o que está escrito. Poder tomar as rédeas do destino. Inclusive do próprio destino. Se montando dentro de ônibus vazios, no caminho da boate, ou tomando remédios de traja preta. Cortando os próprios pulsos. Abortando ou transando com um homem casado.

Tudo isso está n’O signo dessa cidade que rege a vida da gente. Embora pareça um tanto quanto depressivo, ou pessimista. A ótica do filme é justamente inversa. Otimista. Esperançosa e com cenas alternadas que te prendem. Fazendo ir da indignação ao riso em poucos instantes.

Dirigido por Carlos Alberto Riccelli e com roteiro de Bruna Lombardi, o filme que teve sua honrosa estréia na última sexta-feira, 25/01, com sessões a R$1 para comemorar o aniversário da cidade, é uma história envolvente sobre a solidão e a solidariedade e o melhor com personagens gays marcantes e nada estereotipados.

Perfeito para ser assistido numa chuvosa terça-feira paulistana e comemorar o Dia da Visibilidade Trans, não acham?

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