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O sucesso do brasileiro no exterior

Já tem quase uma década que eu viajo em férias ao exterior. De lá pra cá mudou muito, na primeira vez lá em Londres em 2003 eu encontrei muitos brasileiros trabalhando no balcão de loja, restaurante ou mesmo como os conhecidos cleaners, mas naquela época era improvável encontrar brasileiros em museus ou ônibus de turismo. Em 2009 antes da crise europeia era possível ver os narizes empinados dos italianos, e o tratamento ríspido com nenhuma intimidade. Mas em 2011 já passamos a ser vistos de modo todo diferente pelos mesmos italianos, um taxista negociou preço, cantou e nos tratava como amigos de infância, e ainda disse: "se vocês perderem o navio eu ligo pra minha esposa preparar um jantar especial pra vocês em minha casa".

Faz tempo que Miami foi apelidada como o paraíso dos sacoleiros brasileiros, mas agora já está mais parecida com a rua paulistana 25 de março. Os vendedores das lojas já falam português ou mesmo são brasileiros, a vendedora da loja disse que nós compramos tudo e nem perguntamos preços, um taxista de uma cooperativa de brasileiros chamada "Copacabana" disse que os nós estamos sustentando o turismo e principalmente o mercado de cruzeiros. Isso também disse o Obama lá na Disney, ele disse que vai facilitar ainda mais o visto pra nós e que não precisaremos mais de entrevista pra renovar o visto. Diz que 95% dos vistos estão sendo aprovados, estuda-se retirar a necessidade de nossos vistos!

O Obama já está na corrida pela reeleição, mas é difícil achar alguém que confie que ele vai conseguir, parece que ele foi muito bom apaziguador e deixou os americanos com menos cara de arrogantes e insanos, devolveu ao americanos a cara de mocinhos e benfeitores que eles realmente são, limpou a barra dos erros do asqueroso George Bush, mas ele não foi o salvador da pátria e não conseguiu fazer a maquina comercial voltar a girar. A crise lá ainda é grave, muita gente ainda está desempregada, basta conversar com os taxistas pra saber. Um taxista da rica cidade de Fort Lauderdale disse "obrigado meu Deus por ter esse terminal de cruzeiros, porque sem ele essa cidade estaria muito mais falida".  O triste para um admirador dos americanos é ver que o celular mais desejado do mundo é criado nos Estados Unidos, mas fabricado pelos chineses, assim como esse cruzeiro que estive, é o maior do mundo, atende no porto americano, mas foi fabricado na Finlândia. Será que o governo americano não consegue reverter esses vários absurdos?

Mas voltando ao nosso Brasil, lá no maior cruzeiro do mundo, o Allure of the Seas, o Brasil também é o salvador da pátria, um dos restaurantes mais concorridos é o "Samba Grill", onde é servido o churrasco brasileiro, com feijoada, picanha, maminha e aquele visual dos gaúchos com a carne no espeto passando nas mesas. Os vendedores das lojas nos tratam como se a nossa chegada fosse à sorte do dia deles, querem a todo modo conversar conosco em português, pois querem treinar o idioma dos melhores fregueses. Eles disseram que na semana passada haviam 1000 brasileiros a bordo, e que foi vendido mais de 3500 leitos para brasileiros para o carnaval. O navio tem capacidade de 5500 passageiros, e 3500 eram brasileiros, incrível né? Não é atoa que todo o material gráfico também está escrito em português, e que um dos canais da televisão da cabine exibe filmes dublados para o português. 

Impressionante não? Mas é só um resumo, o viajante brasileiro está com a bola bem maior que essa. Mas assistindo a emissora de noticias americana CNN, ficamos sabendo que um carro com brasileiros ilegais que viajavam pelos Estados Unidos se acidentou e deixou vitimas fatais, e só uma sobreviveu, o nome dela é Lidiane. Estranho tudo isso ocorrer em paralelo, mas ela deve estar nos Estados Unidos vinda de outra realidade, e viver uma vida difícil, em fuga da imigração, tendo que viajar sempre escondida. Espero que ela consiga algum dia voltar e ver o progresso que estamos fazendo.

Viajando mais pelos Estados Unidos, indo pra costa do oceano pacifico, o cenário muda, encontra-se um brasileiro a cada 2 ou 3 dias, diferente de Miami ou Nova York que encontra-se um brasileiro a cada 2 ou 3 minutos. A distancia, preços altos e a falta de voos diretos ainda faz da costa oeste uma área pouco explorada pelos brasileiros, mas isso pode mudar, a fusão da Lan com a Tam, que vai virar Latam, poderá trazer voos mais baratos e frequentes aqui de SP ou RJ, ai Los Angeles, Las Vegas e San Francisco que se preparem, os brasileiros vão tomar conta!

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