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O turismo GLBT no Brasil ainda é fraco; profissionalismo será a grande tacada para o crescimento do setor

Apesar dos grandes avanços no que tange os direitos humanos, a comunidade GLBT no Brasil ainda sofre com a escassez de produtos desenvolvidos especialmente para ela. O Turismo cor-de-rosa, por exemplo, ainda engatinha aqui nos trópicos. As causas desse problema são várias: a falta de profissionais, inércia do empresariado e, talvez em menor escala, o preconceito. Uma outra possibilidade, um tanto paradoxal, é a falta de interesse dos gays em serviços voltados exclusivamente para eles. No Brasil, estima-se um mercado de 3,5 milhões de turistas GLBT, que gastam em média US$ 1.000 só em suas viagens nacionais. São bilhões de dólares que, pelo menos em terras tupiniquins, ainda não conseguiu atrair o investimento das empresas. Segundo Clovis Casemiro, especialista em turimo GLBT e ex-diretor da Associação Mundial de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA, na sigla em inglês), nós precisamos de uma mobilização maior. “A comunidade gay na América do Norte e Europa têm muito mais força do que nós. Além de encontrar bairros gays, você tem oferta de produtos e serviços direcionados, com uma comunidade que prestigia as empresas. Basta ver o quanto é difícil montar uma boa palestra e conseguir atrair um grupo interessado em saber mais a respeito de seus direitos e de suas potencialidades”. Amadorismo tupiniquim? Para alguns, o amadorismo do setor turístico também é apontado como calcanhar de Aquiles para o avanço desse segmento. “Ainda não temos uma associação forte, que consiga unir as agências, operadoras, locadoras de automóveis, como é feito no exterior. Esta competição interna freia o crescimento do turismo GLBT”, acredita Casemiro. No entanto, essa situação está se revertendo. A ABRAT GLS (Associação Brasileira de Turismo GLS), criada há três anos e com mais de 35 associados, promove anualmente, no mês de junho, o Fórum de Turismo GLS; e, ao longo do ano, a associação promove workshops e cursos de capacitação voltados para estudantes, profissionais da área de turismo e outros segmentos que se interessam em trabalhar com o público GLBT. Para o presidente da ABRAT GLS, Nilton Paiva, o mercado brasileiro ainda é incipiente. “Não podemos comparar o mercado brasileiro com o mercado americano ou europeu. A cultura GLS no Brasil saiu do armário há pouco tempo, diferente dos Estados Unidos e Europa, onde a cultura está mais desenvolvida”. Até o fim deste ano, a Associação, em conjunto com o CADES (Coordenadoria da Diversidade Sexual) do município de São Paulo, irá inaugurar o Primeiro Centro de Turismo GLS do mundo feito em parceria com um órgão publico. Fora do Brasil, revistas e sites voltados para os gays já são uma realidade, vide as excelentes “Out” e “Passport”. Americanos e europeus já contam com sites e guias aos borbotões; e o que é melhor: a maioria tem distribuição gratuita. No início desse mês, a carioca Rio G Travel anunciou o que seria o primeiro cruzeiro dedicado aos gays. Uma semana depois, voltou atrás. Eduardo Lima, diretor da empresa, informou em nota que a empresa responsável pelo cruzeiro, a Island Cruises, não conseguiu liberar o navio na data previamente agendada. Ainda segundo a Rio G Travel, há negociações para que o cruzeiro aconteça no verão de 2007. O conhecimento ajuda Um curso ministrado em São Paulo, pela Academia de Viagens Corporativas (ABGEV) tenta jogar um pouco de luz no fim do túnel. “Cliente GLS – Como Captar e Atender a Diversidade Corporativa” formará profissionais do setor de turismo para atender adequadamente os gays, ensinando os participantes a atender sem discriminação, dados sobre o turismo GLS, entre outros. Assim como os já realizados pela ABRAT. Outra grande iniciativa foi uma feira de negócios realizada em junho. Em sua primeira edição, a Pride Attitude, reuniu grandes empresas, como a companhia aérea South Afrian Airways e a Hedonismo, cadeia de resorts internacionais. Os resultados de tais ações deverão ser sentidos nos próximos anos, mas mostra que já estamos aprendendo a andar.

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