O presidente do Senado, José Sarney (PMDB – AM), instalou nesta semana a comissão para a reforma política. Bom, por alguns dos nomes presentes já se vê que coisa boa dificilmente vai sair de lá. A saber: Francisco Dornelles (PP – RJ), Itamar Franco (PPS – MG), Fernando Collor (PTB – AL), Demóstenes Torres (DEM – GO)… Enfim, nem vale à pena continuar, só raposa velha.
Apesar dos nomes que irão compor os trabalhos, o debate agora chega aos jornais, a mídia no geral. Primeiro debatem o nosso sistema atual, suas falhas, suas coisas boas… Ao que andam falando por aí, to começando a pensar que é melhor manter a fórmula atual…
Os principais editorias e alguns articulistas da antiga imprensa têm batido na tecla do voto distrital e que este vai fortalecer o vinculo do eleitor como candidato, pois, só poderá ser eleito no seu colégio eleitoral. Coisa que já acontece, mas sem o nome "distrital". Mas, discordo completamente: o voto distrital como está se cantando só vai reforçar o personalismo nocivo existente em nosso sistema atual.
Portanto, apoio o voto em lista. Primeiramente por que este sistema vai reforçar a questão dos partidos; segundo, como não votaremos mais em candidatos, mas sim em uma lista pré-ordenada pelo partido, as pessoas terão que se informar, o mínimo que seja, a respeito do partido e seu projeto; terceiro e último motivo está nas campanhas que seriam mais políticas e se voltariam para as propostas, já que não teremos mais pessoas.
O voto em lista vai forçar uma saudável discussão política em nossa sociedade. Ainda que restrita em tempos eleitorais. E a eleição da candidata Dilma Rousseff (PT) é um significante forte sobre o que falamos, pois, a mesma sempre disse que não queria ser candidata. Foi eleita por representar um projeto político. Ponto final. Com o voto em lista será sempre assim.
Alguns dizem que se assim for, os caciques irão dominar por todo o sempre as listas. Bom, é um risco, mas o partido que assim agir, ficará congelado no tempo. Apenas duas coisas que acabarão por não serem aprovadas: um piso para o financiamento público, a proibição do financiamento privado e o voto facultativo. Estes temas dificilmente irão passar.