"Seu chefe ignora sua presença na frente dos outros” é a situação mais relatada por bancários homossexuais e bissexuais na pesquisa nacional Assédio Moral no Trabalho: Impactos sobre a Saúde dos Bancários e sua Relação com Gênero e Raça, coordenada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco e feita com 2.609 profissionais de 28 diferentes bancos públicos (48,14%) e privados (51,86%).
Dos que responderam ao questionário, apenas 2,01% se disseram homossexuais e 0,48% bissexuais. “Poucos assumiram a opção, mas vemos que são as mais discriminadas. Não esperávamos que essa situação fosse tão grave”, avalia a secretária-geral do sindicato e coordenadora da pesquisa, Suzineide Rodrigues de Medeiros.
Em geral, os homo ou bissexuais declararam ter passado pelo dobro de situações constrangedoras em relação aos heterossexuais. Entre os homo e bissexuais, 12,90% dizem serem agredidos pelo chefe quando estão a sós com ele. A queixa cai para 3,30% quando relatada por heterossexuais.
Segundo a pesquisa, o preconceito sexual pode ser observado não apenas na relação hierárquica, mas também, mas no conjunto das relações profissionais. Ao todo, 9,68% dos homo e bi declararam ser agredidos pelo “conjunto dos colegas” contra 3,01% dos heterossexuais.
Os assédios sexuais, independente da opção, ocorrem principalmente na forma de palavras obscenas ou degradantes (52,63%). Propostas verbais ou ficar próximo são descritos em 36,84% dos casos e a agressão física em 12,63%.
O chefe ou superior hierárquico é o principal (45,54%) agressor. Seguido de um colega (14,85%), do conjunto de colegas (13,86%) e do conjunto de subordinados (3,96%).
*Publicado com autorização da Agência Brasil