O deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE), que é autor do projeto do Estatuto da Família, que visa considerar família apenas casais heterossexuais e proibir que casais gays adotem, afirmou que seu objetivo é não conceder privilégio aos LGBT.
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Segundo ele, em entrevista ao Leia Já, considerar adoção a casais homoafetivos pode acarretar um "dano imensurável a sociedade" e que este é um "privilégio que fere a Constituição".
"Primeiramente, a adoção por casais homoafetivos vai de encontro a Constituição Federal, que apresenta como base a família. Nesse caso, refiro-me a formatação de pai, mãe, filhos e recentemente avós", argumentou o deputado. "O que está acontecendo são regalias para um determinado grupo e não se pode confundir direito com privilégios", criticou.
Ao ser questionado se as suas considerações estariam baseadas no fundamentalismo religioso, ele afirma que sofre "evangélicofobia". "Qualquer posicionamento que vai de encontro ao LGBT é homofobia e preconceituoso. Entendemos que para lutar contra as drogas e a violência é necessário a base familiar forte".
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Outros parlamentares não concordam com este Estatuto, bem como o deputado federal Betinho Gomes (PSDB), que disse que não se trata de privilégio, mas de direitos igualitários. "Sobre o potno de vista de adoção eu acho que não tem nenhum problema (um casal ser gay). A grande questão é se o casal tem condições ou não de criar, educar, dar carinho e amor a criança; não há nenhum tipo de empecilho de adoção".
O deputado Kaio Maniçoba (PHS) admitiu que ainda não está a par do conteúdo, mas se manifestou contra considerar apenas heterossexuais como família. "Sou extremamente contra a homofobia, sou a favor da liberdade seja ela qual for. O amor deve ser respeitado, quer seja por homossexuais ou heterossexuais".