Baseado no livro homônimo de Caio Fernando Abreu, “Onde Andará Dulce Veiga?”, filme dirigido por Guilherme de Almeida Prado, decepciona quem se anima com a possibilidade de ver uma personagem lésbica interpretada por uma atriz famosa.
Eriberto Leão vive Caio, um jornalista escalado para entrevistar a banda lésbica “Márcia Felácio e as Vaginas Dentadas”, cuja líder é interpretada por Carolina Dieckman e por quem Caio se apaixona. Durante a entrevista, o jornalista descobre que Márcia é filha de Dulce Veiga (Maitê Proença), famosa cantora e atriz desaparecida misteriosamente durante a gravação de um filme, e lança-se ao encalço do seu paradeiro, incentivado pelo dono do jornal onde trabalha, Rafic, interpretado por Nuno Leal Maia.
Ambientado nos anos 80, em clima “noir” ora surrealista, ora completamente nonsense, a película me fez revirar na poltrona do cinema diversas vezes, impaciente e ansiosa pelo final, que, certamente, deixará muitas lésbicas revoltadas (como deixou a mim).
Eriberto, que interpreta Caio, tem apenas duas expressões faciais e nenhuma delas convence. A homossexualidade feminina não é o centro da trama, mas fica tão discreta que quase esquecemos que Carolina vive uma lésbica.
Resumindo, um filme que eu indicaria para as inimigas, se eu tivesse alguma. Vá, mas não me chame.
“Onde Andará Dulce Veiga?” estréia em junho nos cinemas brasileiros.