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ONG acusa Egito de ‘testar sexualidade’ de pessoas com HIV

Através de denuncia a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou à BBC Brasil que portadores do vírus HIV estão sob tortura e acorrentados a leitos de um hospital no Egito, enquanto aguardam julgamento para determinar se são ou não homossexuais.

Segundo a organização, um grupo de homens foi submetido a exames de HVI e “testes anais” para determinar suas “condutas homossexuais”. Dois deles, cujo teste constatou a presença do vírus HIV, são mantidos acorrentados aos seus leitos por 23 horas diárias.

"Estes homens foram submetidos a exames anais sem consentimento, o que caracteriza tortura", disse à BBC na quarta-feira o responsável da organização para o Oriente Médio, Gasser Abdel-Razek.

Em outubro, dois homens foram detidos no centro do Cairo. Quando um deles revelou ser portador do vírus HIV, ambos foram levados para a delegacia de Polícia Moral e lá foram foram agredidos quando se recusaram a assinar depoimentos escritos pela polícia.

O diretor da HRW para direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT), Scott Long, disse que as detenções "aliam ignorância e injustiça. Esses casos mostram a polícia egípcia agindo sob a crença perigosa de que o HIV não é uma condição a ser tratada, mas um crime a ser punido", declarou Long.

O Egito não comentou as acusações.

Apesar de não ser mencionado explicitamente no código legal egípcio, a homossexualidade pode ser punida sob a luz de várias leis sobre obscenidade, prostituição e libertinagem.

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