A Associação Brasileira de Bissexuais, Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) fez uma representação no Ministério Público Federal de São Paulo contra a TV Record por conta do programa “Fala que eu te escuto”, que no dia 27 de março debateu o projeto de lei 122/06 de forma preconceituosa, ao tentar justificar a manutenção da homofobia através da Bíblia. A polêmica surgiu com o projeto de lei em discussão no Senado, que iguala a homofobia aos crimes praticados contra os negros e índios, estes já tornados crimes pela lei. Com o tema “Censura para a família ou justiça para os gays”, um pastor discorreu por cerca de duas horas sobre os homossexuais de forma preconceituosa e sectária. Utilizando-se de passagens bíblicas para justificar sua posição contrária à aprovação da lei, ele afirmou “não posso aceitar essa lei, obrigado, pois ela visa à aberração e temos que ser respeitados”. “É uma lei pecaminosa, vão incentivar nossas crianças a viver essa banalização que é dois homens trocando carícias”, dizia o pastor aos telespectadores. Para a ABGLT, a Record é uma concessão pública e como tal deve respeitar todos os cidadãos. “Queremos direito de resposta, queremos indenização e queremos que a TV Record pare de usar uma concessão pública para criar o ódio e a violência na população. O estado é Laico, quem discute lei no País é o parlamento, não uma igreja” , afirma o presidente da ABGLT, Toni Reis. A Ong de Brasília pretende que o MPF instaure um procedimento administrativo para acabar com o abuso praticado pela Record. “Eles chutam imagem de santa, humilham cidadãos homossexuais, incentivam a violência contra a umbanda e o candomblé, e é preciso que o MPF faça a Record parar de mentir e que cumpra a lei”, afirma Léo Mendes , secretário de Comunicação da ABGLT.