Produzir programas de TV e filmes com mensagens homofóbicas está mais difícil. Pelo menos nos EUA. A GLAAD (Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação, na sigla em inglês) divulga anualmente uma lista com os programas que contribuem para o aumento do preconceito contra a comunidade GLBT. “Todos os dias, a comunidade gay é atacada e difamada por aqueles que criam e/ou apóiam mensagens anti-gays. Tais expressões de intolerância claramente têm um impacto na forma como as pessoas nos tratam”, explica o presidente da GLAAD, Neil G. Giuliano. Na lista de 2007, a revista “Time” ganhou o primeiro lugar com um artigo sobre pais gays, encomendado ao fundamentalista anti-gay James Dobson, aproveitando a notícia da gravidez da filha do vice-presidente americano Dick Cheney. Logo atrás, vem uma seqüência de três quadrinhos publicada pelo “New York Post” e algumas edições de um programa jornalístico da rede “ABC”, em que o apresentador ofereceu ao convidado tíquetes grátis por este ter feito piadas homofóbicas. “A mídia tem a responsabilidade de nos ouvir e fazer nossa comunidade visível. Isso será alcançado quando convencermos as pessoas de que nossas vidas e nossas relações merecem nada menos do que igualdade e respeito plenos”, conclui Giuliano. ONG nova no Brasil O trabalho da GLAAD foi apresentado em outubro de 2006 por uma de suas diretoras, Monica Taher (FOTO), numa palestra organizada pela CADS (Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual), em São Paulo. “Nos EUA, produtores de Hollywood, publicitários e empresários nos consultam sobre a melhor forma de retratar a diversidade sexual antes de lançar seus filmes ou produtos”, explica Taher. A IBM será a primeira parceira da ONG no país e vai destinar verbas para projetos ligados ao movimento GLBT. Além disso, a empresa promete criar campanhas publicitárias voltadas exclusivamente para o público gay. Orientar e conscientizar os meios de comunicação e evitar o preconceito contra os homossexuais na mídia é o principal objetivo da ONG. Segundo Taher, o foco da GLAAD é a mídia, deixando para outras organizações o papel de negociadoras com o Judiciário e o Legislativo.