in

Opositores da comunidade LGBT são eleitos; o que esperar do Congresso em 2011?

Numa primeira análise, ainda é arriscado dizer se a comunidade LGBT ganhou ou perdeu nestas eleições. A principal defensora da questão LGBT e do PLC 122, que criminaliza a homofobia, senadora Fátima Cleide (PT-RO), não se reelegeu. Os seus principais opositores e que impuseram sucessivas derrotas ao projeto se elegeram, entre eles, Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivela (PRB-RJ), este último com o apoio do presidente Lula e da candidata governista, Dilma Rousseff (PT).

Já o Senado segue sendo uma incógnita. Se de um lado perdemos Fátima Cleide, do outro ganhamos Marta Suplicy (PT-SP). A expectativa é que a candidata defenda as questões LGBT por conta de seu histórico. Mas se Dilma Rousseff sair vitoriosa, é grande a possibilidade de a senadora assumir algum cargo no Governo Federal, neste caso, de início, os LGBT saem perdendo, pois o primeiro suplente de Marta é Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), evangélico e contrário aos direitos LGBT. Mesmo assim, a bancada governista será maioria no Senado a partir de 2011.

Mas nem tudo são perdas. No estado de São Paulo, clássicos aliados da comunidade gay se elegeram: Carlos Giannazi (PSOL), Bruno Covas (PSDB) e, no Rio, Carlos Minc (PT). No Congresso Nacional, o cenário tende a ser melhor. Foram eleitos: Manuela D’ávila (PCdoB-RS), Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP). Também não podemos deixar de citar a vitória de Jean Wyllys (PSOL-RJ) ao Congresso Nacional, que tende a ser um forte aliado, ao lado de Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).

Ainda é cedo para se falar a respeito da composição da Câmara e do Senado, locais onde as leis de interesse da comunidade têm de passar. À primeira vista, temos duas casas com uma maioria favorável às leis progressistas e especificamente aos direitos gays.

Também é preciso observar que as candidaturas que mais apoiam a comunidade não se elegeram, e isso se deve, também, a um forte lobby religioso que conseguiu extirpar das principais candidaturas as propostas LGBT, fazendo com que todos os presidenciáveis declarassem que não tocariam no assunto e que deixariam tais propostas nas mãos do Congresso.

Filme de Oswaldo Montenegro com personagem gay continua em cartaz em SP

Chile: 82% dos moradores de Santiago não gostam de ver gays se beijando