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Os 10 melhores (e piores) momentos do “Na Moral” sobre tabus para a comunidade LGBT

O programa Na Moral, exibido na madrugada desta sexta-feira (24) pela TV Globo, abordou censura e os limites da moral na televisão. E é claro que o beijo gay, casamento LGBT e homofobia norteou a discussão.

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No programa, convidaram a desembargadora Maria Berenice Dias e o pastor Silas Malafaia para debater – além de uma família considerada a "típica brasileira", que comentava sobre o debate na casa do Big Brother Brasil.

Também participaram como convidados fixos o autor de novelas Silvio de Abreu e o apresentador e humorista Jô Soares.

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Enquanto alguns desligaram a TV, muitos LGBT ficaram de olho na telinha e comentou em suas redes sociais. O militante Gustavo Don, por exemplo, escreveu: "Liguei a TV para assistir 'Na Moral', mas estava passando 'Fala Malafaia'. A drag queen Tchaka divulgou um vídeo: "Programa tá babado do jeito que a gente gosta, parabéns. Fundamentalistas não passarão".

O A CAPA selecionou 5 pontos negativos e positivos para a comunidade LGBT

PIOR: O pastor Silas Malafaia (ah vá!) teve liberado o microfone para falar à vontade sobre os seus preconceitos, disfarçados de mera opinião religiosa. Falou que casais gays influenciam negativamente crianças adotadas, que a homossexualidade é aprendida e que novelas não deveriam ter personagens gays. E, pior, muitas vezes sem ter o discurso rebatido.

MELHOR: O autor Silvio de Abreu desmentiu o discurso de Malafaia de que emissoras de outros países não exibem casais gays ou nudez na TV aberta. O autor não só afirmou que há sim personagens LGBT, como deu vários exemplos de canais dos Estados Unidos que exibem tranquilamente – e sem qualquer tipo de preconceito.

PIOR: Malafaia disse que gays aparecem muito nas novelas e que o motivo é que os autores também são gays. Ele também criticou a exibição do horário das tramas. Durante o programa, o pastor debochou no Twitter: "A gayzada tá nervosa aqui…kkkk". Desnecessário. 

MELHOR: O discurso de Vida Alves, a primeira mulher a dar um beijo hétero e lésbicona TV. E isso ocorreu nos anos 50 e 60. Além de declarar que a cena não causou polêmica com os telespectadores da época, ela ainda relatou que não se tornou lésbica depois de beijar a colega em cena. Quer exemplo melhor de retrocesso?

PIOR: A garota jovem da família comentou que a TV deveria falar mais sobre a união e amor, pois "amor é amor, independente de religião". Mas logo depois soltou que gays afrontam a família: "Que sociedade é essa que está dizendo que é legal mostrar mulher com mulher e homem com homem? Porque na minha sociedade, as pessoas que eu conheço, me desculpe, ninguém fala que isso é legal aos nossos olhos".

MELHOR: Maria Berenice questionou o discurso da garota, que disse que "gays não precisam afrontar a família com a posição e escolha deles". Em sua fala, a desembargadora disse: "Afrontar é namorar, aparecer de mão dada, casar, ter filhos, ser feliz?". E questionou o discurso da jovem de que "amor é amor", desde que não seja entre casais gays. "São dois pesos e duas medidas?".

PIOR: Silvio de Abreu usou diversas vezes a expressão "homossexualismo", assim como Malafaia. O sufixo "ismo" leva o grupo a ser considerado doente, o que deixou de ser considerado desde os anos 70 pela American Psychology Association. O termo homossexualid"ade" representa "modo de ser". Aprendeu Sivio? 

MELHOR: Curiosamente, o pai da família entrevistada deu o discurso mais gay-friendly. Com um pouco dificuldade de se expressar, ele mostrou personalidade: "Se eu gosto de mulher, eu gosto de uma mulher. Mas se o outro gosta de um rapaz, se outra moça gosta de uma mulher, e se todo mundo está feliz, eu acho que isso é legal".

PIOR: Jô Soares, que em outros momentos apoiou fervorosamente a comunidade LGBT, esteve tão passivo no programa, que só serviu para fazer piadas. Ele até disse que o Capitão Gay não tinha relação com a sexualidade, mas uma homenagem aos carnavalescos. 

PIOR E MELHOR: O programa gravado durou mais de duas horas, como informaram algumas pessoas que estiveram na gravação ao A CAPA, e foi ao ar apenas 1h. Com a edição, debates importantes se perderam. Porém, ao mesmo tempo, outros desserviços de Malafaia deixou de ser exibido na televisão, como a crítica à novela Babilônia e as cenas de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.

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