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Os 5 sentidos

“Transfere pro meu corpo, teus sentidos, pra eu sentir a sua dor os seus gemidos, e entender por que quero você”. Zélia Duncan.

Qual o seu sentido mais aguçado? Na hora que sente atração por alguém, o que desperta seu tesão, sua libido?

Todas nós temos maior “inclinação”, damos mais valor a algum dos sentidos. Muitas enlouquecem com a voz, outras curtem ficar horas observando seu amor dançando. Para algumas, fechar os olhos e sentir o corpo da outra com a ponta dos dedos é o que faz o mundo girar, já outras meninas surtam só de lembrar do gosto da amada. Outras, ainda, têm taquicardia quando sentem, na rua, o perfume de alguém especial.

È importante percebermos quais são os nossos sentidos mais aguçados, e explorá-los na hora da transa, assim como é fundamental descobrirmos, aos poucos, quais as sensações preferidas de nossa querida. E este processo de descobertas é muito, mas muito divertido, envolvente e, literalmente, sensual. Requer experimentações, coragem para testar novidades e sentir diferente, uma certa dose de safadeza e muita confiança e paciência. Ou seja, para sentir realmente nossa parceira e deixar-nos sentir, não podemos ser egoístas.

Na verdade, este caminho da descoberta dos sentidos envolve várias conquistas, cada uma mais deliciosa que a outra. A primeira delas é descobrir quais são os sentidos que mais dão prazer à sua parceira e mostrar para ela quais são os de sua preferência, e isso pode ser feito de inúmeras maneiras. Desde falando (de forma delicada ou por meio de palavrões mesmo, aí cada casal tem seu jeito), até realizando jogos e brincadeiras.

O maravilhoso é que este processo ocorre na maioria das vezes de forma implícita e espontânea, ao usarmos nossos sentidos para perceber a reação da outra. Por exemplo, se nossa audição é aguçada e percebemos a mudança na respiração ou na intensidade dos gemidos quando falamos no ouvido dela, ou apertamos suas costas com força, já temos uma boa indicação de algumas de suas preferências. Outro exemplo: caso na hora da transa ela fique o tempo todo de olhos fechados, pode ser uma indicação de que a visão não é o que lhe excita mais.

Outra conquista é descobrir como seus sentidos podem dar prazer a ela. Quando uma “voyer”, por exemplo, se encontra com uma potencial exibicionista, a química está feita. Assim como seu tesão pelo gosto dela faz você ficar horas só no sexo oral, ou beijando seu pescoço, e sua preferência pelos sons faz com que ela se descubra excitada ao falar “indecências” no seu ouvido.

Descobrir novas formas de sentir e fazer sentir é talvez o passo que requeira maior confiança e entrega, pois isso significa duas coisas: aprender a sentir coisas diferentes com os nossos sentidos mais aguçados, e aprender a desenvolver os outros sentidos. Para alguém muito visual, por exemplo, pode ser um sacrifício, no início, ser vendada e se permitir sentir só pelo toque ou o cheiro, e esta experiência só dará certo se for conduzida com muita calma e carinho. E muitas vezes estamos tão centradas em alguns dos nossos sentidos que aprender a sentir prazer de outras formas pode ser um processo demorado…

O mais fantástico, nisto tudo, é que perceber que a exploração dos sentidos torna quase impossível o sexo se tornar corriqueiro, tedioso, rotineiro. A criatividade, a entrega, o desenvolvimento da percepção que temos de nós mesmas e da nossa parceira dá ao sexo um caráter quase “sagrado”, seja ele absolutamente selvagem ou totalmente delicado.

Aliás, é disso mesmo que estamos falando: de experimentar novas formas de fazer, de sentir, de se entregar. Pode ser numa relação de uma noite ou de 20 anos, não importa, explorar os sentidos é sempre recompensador.

(Este assunto continua na próxima coluna. Aguardem!)

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