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Os ETs somos nós


"Distrito 9", produzido por Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis"), é uma alegoria óbvia sobre o apartheid na África do Sul. Mas não é só isso. Ao misturar efeitos especiais com abordagem política, o filme é uma feliz surpresa para os aficionados por ficção científica.

É bem verdade que, se resolvesse focar exclusivamente no drama da exclusão racial, "Distrito 9" se tornaria "apenas" mais um filme do gênero. No entanto, quando se aprofunda na linguagem do documentário, o longa ganha fôlego como narrativa e mostra que é possível abusar da computação gráfica sem comprometer uma boa história.

O que é absolutamente perturbador neste filme de Neill Blomkamp não são exatamente os protagonistas, extraterrestres apelidados de "camarões", mas sim os humanos. Em "Distrito 9", os enormes ETs vivem em favelas, alimentam-se de comida de gato, fazem sexo, montam comércio e criam até organizações criminosas paralelas, como nos morros do Rio. Diariamente, eles têm que se submeter aos impiedosos soldados da MNU (Multinational United, em clara referência à ONU), associação criada para "administrar" os moradores do Distrito 9, em Johannesburgo.

Ótimas cenas de ação e depoimentos de "autoridades" fazem do filme uma interessante mistura de gêneros. Esse apelo comercial, por assim dizer, ajuda a vender melhor o filme e levar mais público aos cinemas. Depois de assistir a "Distrito 9", a pergunta que fica é: quem é mais aterrorizante? Nós ou os nossos amigos alienígenas?

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