Será que um dia a humanidade deixará de padronizar e sistematizar sentimentos? Como ovelhinhas ordenadas, levamos nossas vidas na mais absoluta normalidade. Como é possível ousar quando às vezes o único objetivo é pagar as contas no final do mês ou dar de comer para os filhos?
A modernidade nos consome como se fôssemos torneiras prontas para fornecer água. Não temos tempo de pensar, refletir, questionar se queremos um outro tipo de vida ou se essa que levamos pode ser de alguma forma transformada. Relações viciadas e corrompidas resumem o cotidiano de alguns seres humanos.
Uma imagem dessa "catástrofe existencial" imposta pelo capitalismo seja talvez a abertura da série "Weeds", que no Brasil vai ao ar pelo canal pago GNT. É claro que no programa as polêmicas do sistema sócio-econômico e político norte-americano são tratadas de forma lúdica, mas a abertura não deixa de traduzir o momento atual. Somos mesmo iguais a todo mundo ou a diferença é sufocada pelo ritmo frenético da labuta e pelas cobranças imensuráveis e injustas do sistema?