As 19h de quinta-feira subiu ao palco da Feira Cultural GLBT o duo Montage. Como era de se esperar, o vocalista Daniel Peixoto arrasou, chamou a pomba gira e fez o público ir ao delírio quando ficou semi-nu. Registra-se a ousadia da organização do evento ao convidar o grupo, pois não se trata de um som familiar as pessoas ali presente. Bom para a banda, que pôde aumentar o seu leque de admiradores e para o público, por ter contato com um grupo ainda restrito ao mundo under.
Após o show, a reportagem do A Capa conversou rapidamente com Daniel. Impressionante a disposição aparente do vocalista, mesmo depois de uma apresentação onde não ficou um segundo sequer parado. Com muita simpatia e animação contou ser essa uma experiência incrível pelo fato de colocar o grupo em contato com outro publico e disse, "o público gay é fiel com a gente desde o começo". Sobre a realização das paradas Daniel disparou, "não é apenas folia… é pedido para que a sociedade veja e dê atenção". Confira a entrevistinha e depois veja as fotos da apresentação deles.
Há alguma diferença em fazer um show num evento como esse e os outros?
Sim, por que o público gay é fiel com a gente desde o começo e o nosso recorde de público foi numa parada gay em Fortaleza, onde tinham 500 mil pessoas. Então vai se estreitando os laços, é uma galera que a gente sabe que curte, e rola todo um respeito e uma identificação também.
Você acredita que pode atingir outro público tocando aqui?
Com certeza, por que num evento como esse o público não é 100% gay, tem os héteros simpatizantes, tem os amigos e família que vem junto e acaba aumentando o leque de conhecimento e de onde o Montage pode chegar.
Você vai a Parada?
Eu vou, eu serei repórter para o jornal da MTV, vou estar lá entrevistando todo mundo, e isso é mais uma forma de estar próximo.
O que você acha das paradas?
Eu acho super válido. Tem pessoas que são contra por uma série de fatores, mas eu acho que tem que existir mesmo. Além da festa voltada para o público gay, não é apenas folia, tem a questão do protesto, o pedido para que a sociedade veja e dê atenção. O tema desse ano é anti-homofobia, eu infelizmente perdi amigos por conta dessa doença. Então eu me sinto meio que responsável a mandar uma mensagem que esteja ligada diretamente a isso, já que sou uma pessoa que está a frente de um palco com uma banda.
O Brasil tem a maior parada do mundo, porém não tem quase nenhuma lei que proteja os GLBT. O que você pensa sobre isso?
É engraçado você colocar essa lógica, por que isso mostra a realidade de muitos outros problemas sociais que o Brasil tem. E eu acho que a parada é mais uma forma de a gente lutar por direitos. Eu vejo que não há só festa, há vários militantes na história que pegam por esse lado da aprovação de lei, de coisas que possam facilitar a vida dos homossexuais.