Poucos eram os políticos que na conferência estavam presentes, a maioria encaminhou os seus assessores, ou seja, optaram por uma presença onírica, ao invés da real. Os motivos podem ser vários, pois não pensemos que sair do armário é apenas para os GLBT, ainda hoje muito políticos têm receio de apoiar abertamente a causa LGBT com medo de perder parte da base de apoio, financiamento para campanha política e até mesmo ser tachado de BLGT.
Sobre isso e outros assuntos conversamos com o Deputado Carlos Gianazzi (PSOL-SP), que recentemente esteve envolvido na polêmica do lançamento da frente GLBT da ALESP, quando a transformista Nick Perón se apresentou na Assembléia. Gianazzi fala sobre a advertência que recebeu, considera isso “uma coisa da idade das trevas”, reiterou a importância da conferência para “elaborar políticas públicas” e sobre a distância do parlamento brasileiro com a causa GLBT.
Qual a importância da conferência municipal GLBTT, assim com da estadual e nacional?
É importante para se elaborar políticas públicas em defesa da população GLBT. Mas, o parlamente brasileiro ainda vive distante dessa realidade, e para piorar eles obstruem os trabalhos, muitos deputados não querem discutir essa questão, por isso é necessário eleger políticos que estejam ligados abertamente a causa LGBT, por que hoje o parlamento é desinteressado, pra você ter uma idéia: ninguém da frente parlamentar veio.
O que você pensa das bancadas evangélicas?
Eles vivem na idade média, das trevas mesmo, principalmente no que diz respeito a sexualidade, eles não tem noção do que falam, não entendem a questão, eles não sabem, e não entendem o que é gênero.
E sobre o episódio da advertência [por permitir que a transformista Nick Perón se apresentasse na ALESP] que você levou?
Aquele episódio ter recebido a advertência, mostra o caráter atrasado da assembléia. Vivemos em uma sociedade heterosexista, pra você ter uma idéia, há muitos políticos que não se aliam aos movimentos, ou a questão GLBT por que tem receio de perder apoio. Mas, eu acredito que a orientação sexual tem que ser discutida e respeitada. E mais, a homossexualidade é natural.