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Parada Gay colore centro de Guarulhos em dia cinzento; Veja fotos

Em dia do orgulho gay cinzento, só mesmo as Paradas Gays para colorir um pouco a vida. Foi assim ontem, na manifestação que tomou as ruas do centro de Guarulhos durante a tarde e reuniu entre 10 e 20 mil pessoas, segundo a organização.

Marcada para às 14h, a caminhada só saiu de lugar após às 16h. A abertura contou com a fala de autoridades municipais. Genivaldo Espíndola, da ONG MEL (Movimento pela Livre Orientação Sexual), grupo responsável pela organização da marcha, chamou para discursar também os ativistas Lula Ramires, do Grupo CORSA, e Alessandro Melchior, do GADA, representando o Fórum Paulista LGBT.

De todos os discursos, vale ressaltar o de Alessandro, que trouxe um frescor jovem às congratulações de sempre e animou o público presente com a espontaneidade da fala. O jovem ativista começou a fala perguntando quem foi à Parada Gay de São Paulo e aproveitou para mencionar o caso da "bomba" e a morte de Marcelo Campos Barros, de 35 anos, após a manifestação paulistana.

"Esses dois casos são muito sintomáticos porque revelam algo que é muito comum no dia a dia: a homofobia", afirmou. "Geralmente as pessoas homenageiam seus mortos com 1 minuto de silêncio. Mas nós, LGBTs, já estamos calados há muito tempo e não podemos mais ficar quietos. Vamos homenagear nossos mortos com uma salva de palmas", pediu o rapaz.

A fala de Melchior só não foi mais aplaudida que a de Léo Áquilla, que recebia gritos de "eu te amo", enquanto chamava atenção para a importância dos votos nas eleições. "Chega de pedir esmola, chega de pedir migalhas aos políticos. Temos o poder para colocar alguém que nos represente no governo", afirmou a drag, que já disputou duas eleições. O prefeito da cidade, Sebastião Almeida (PT), compareceu ao evento e desejou "boa Parada" aos manifestantes. 

Mudanças e gastronomia
A Parada Gay guarulhense teve seu trajeto alterado este ano. Diferente de 2008, quando a manifestação terminou próxima ao estádio do Parque Cecap, este ano ela percorreu as ruas Monteiro Lobato e João Gonçalves – importantes vias do centro da cidade -terminando na rua Nove de Julho, onde um palco foi montado para receber os shows de drags.

O evento foi marcado por um clima pacífico, embora fosse possível notar muitas pessoas com os lábios roxos devido ao consumo do vinho Chapinha. O número de vendedores ambulantes era grande, o que em alguns momentos atrapalhou um pouco o fluxo da manifestação. Além dos tradicionais vendedores de bebidas, podiam ser percebidos vendedores de milho, pipoca, churrasco e até cuzcuz. Milho e queijo derretido no palito podiam ser adquiridos por R$ 3.

A manifestação contou com seis trios. Paulete Pertubada e Mil Space animavam o primeiro carro. "Guarulhos é gay ou não é?", perguntavam as drags. "Ééééééé!", respondia o público em coro. O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo e o Programa Municipal DST/Aids também participaram do trajeto.

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