in

Parada Gay de Salvador reúne 600 mil pessoas e comemora 30 anos do GGB

Mesmo com sol tímido e previsão de chuvas, o bairro do Campo Grande, em Salvador, lotou para ver passar a 8ª Parada Gay, organizada pelo GGB (Grupo Gay da Bahia). Programada para iniciar às 14h, Luiz Mott abriu a Parada, ao lado do presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, às 15h20 com um discurso emocionante, com público estimado em 600 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

Por volta das 13h30 Mott e Cerqueira receberam jornalistas no lobby do hotel Trocipal da Bahia. O espaço foi pensado para ser a coletiva de imprensa, onde foram fotografados, ao lado de travestis e drag queens, e entrevistados por diversos veículos, dando visibilidade para todos os segmentos.

A Parada marcou não só mais um ano de visibilidade, mas também as comemorações dos 30 anos do GGB. Mott falou em público o que o motivou a fundar a ONG. "Só porque eu estava com meu namorado, vendo o pôr-do-sol no Farol da Barra um machão me deu um tapa na cara, porque eu era gay", lembrou, emocionando os presentes em todos os trios.

O antropólogo e professor usou seus clássicos bordões como "se você é sapatinha ou sapatona, não importa, beije sua companheira", "a Bahia é gay" entre outros. No entanto, lembrou que mesmo toda a visibilidade alcançada nos 30 anos de trabalhos do GGB  o Brasil ainda está longe de ter quebrado todos os preconceitos. "Na Bahia foram 18 mortes por homofobia este ano", anunciou.

Léo Kret, vereadora na capital baiana pelo PR, também esteve presente na abertura e mostrou que está cada vez mais politizada. A travesti se disse "muito feliz" com a aprovação do seu projeto que criminaliza atitudes morais ou verbais contra homossexuais, aprovado pela Câmara dos Vereadores.

Na abertura também esteve presente Rui Costa, secreatário de relações institucionais, representando o governador Jaques Wagner; a vereadora Aladice Souza e Patrícia Nunes, da 1ª delegacia da mulher. Após a fala de Aladice e Patrícia, Marcelo Cerqueira descontraiu falando que "elas são tímidas para falar em público, mas são ponta firme lá no trabalho delas".

No trio oficial, a cantora Nara Costa, responsável pelo hit "Arrocha" cantou o Hino Nacional, que marcou o início do comboio composto por dez trios elétricos. Os carros começaram o circuito Campo Grande – Castro Alves por volta das 16h. Além do trio oficial, os clássicos Off Club/Disponivel.com e da drag Dion marcaram presença, além do trio da festa Platinum – que está divulgando seu Réveillon no camarote de Daniela Mercury -, e da UNE.

O trio da Off Club/Disponivel.com teve um problema com o gerador de energia e só conseguiu entrar no circuito por volta das 18h. Mesmo assim o público não deixou o carro, que é sempre um dos maios animados do trajeto. Márcia Franco, proprietária do clube, agradeceu ao público que ficou ao lado do trio. "Obrigado do fundo do meu coração", disse.

Mesmo com atraso na saída o trio foi animado e contou com a presença do DJ norte-americano Bill Halquist. Fechou a Parada por volta das 20h30, em frente ao Tropical, mas o público só dispersou totalmente às 23h.

Campanha
A agência de publicidade Propeg, uma das principais da Bahia, produziu a campanha "Ainda está no armário?", que divulgou a 8ª Parada Gay de Salvador. No filme uma pessoa circula pela cidade dentro de um armário e a narração diz: "aproveita que está dentro do armário e escolha sua melhor roupa para a Parada Gay".

Orgulho de ser mulher

“A cientologia é uma religião homofóbica”, diz cineasta americano