Era só que faltava para a Rússia se tornar definitivamente um país intolerante aos homossexuais.
O parlamentar Alexei Zhuravlyov, do partido do presidente Vladimir Putin, apresentou nesta quinta-feira (04) um projeto que prevê a retirada de crianças que moram com pais homossexuais.
O texto da proposta equipara a homossexualidade ao alcoolismo e ao abuso sexual, condições prejudiciais ao crescimento de uma criança, que leva à perda da guarda.
"Quando um dos pais tem contato sexual com pessoas de seu mesmo sexo, o dano que isso pode causar psicologicamente ao filho é enorme ", declarou Zhuravlyov durante sessão na Câmara baixa do Parlamento russo.
A proposta segue a linha de outra medida aprovada pelo governo de Putim, que proíbe a adoção de crianças russas por pais homossexuais estrangeiros.
Neste momento, em que a Rússia está no centro das atenções devido ao encontro do G20, que acontece em São Petersburgo, o presidente resolveu declarar que está aberto ao diálogo com a comunidade LGBT.
Putin disse ainda que o país não discrimina os homossexuais. "As minorias sexuais não têm direitos restringidos no âmbito profissional nem sobre a remuneração que recebem pelo seu trabalho. Se elas se destacam na arte ou na profissão, o Estado também reconhece seus méritos", declarou.
O presidente lembrou ainda do músico Pyotr Tchaikovsky, que era homossexual, e "respeitado por todos".
Depois da lei que veta qualquer tipo de manifestação gay, a proibição de homossexuais em doarem sangue, os ataques homofóbicos a ativistas e tais medidas que tentam vetar a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o presidente Vladimir Putin fecha os olhos para a situação e ainda diz que tudo segue em normalidade.
"Não há necessidade de exagero, não está acontecendo nada de horrível em nosso país", afirmou.
"Rússia não discrimina os homossexuais", diz Vladimir Putin