Dando mais uma demonstração de sua sensibilidade aos direitos dos LGBTs, o Parlamento Europeu aprovou na quinta-feira (05) uma resolução criticando a violência contra lésbicas e o desrespeito aos direitos de homossexuais e transgêneros na África.
A resolução foi uma resposta ao aumento no número de relatos de prisões e violência contra LGBTs no continente, especialmente contra as lésbicas. Em Camarões, têm crescido as notícias de prisões contra elas, e as lésbicas permanecem vítimas regulares de "estupro corretivo" e assassinatos na África do Sul. As lésbicas também enfrentam piores condições sociais e legais em países como Libéria e Malauí.
Segundo o Parlamento, a situação dos LGBTs também tem piorado em Uganda e na Nigéria, e há sinais de melhora apenas no Malauí, onde a recém-empossada presidente Joyce Banda quer descriminalizar a homossexualidade, e na Suazilância, onde campanhas de prevenção contra o HIV/Aids prosseguem apesar de fortes ameaças legais.
O debate no Parlamento teria sido, em sua maioria, pró-gay, mas o Partipo Popular Europeu (PPE), de orientação democrata-cristã e que agrega membros conservadores e de centro-direita, retirou seu apoio ao texto antes da votação, embora alguns deles tenham permanecido favoráveis, como Eija-Riitta Korhola, da Finlância, e Edit Bauer, da Eslováquia.
A decisão do PPE foi critica por outros parlamentares. "Acho que é absolutamente chocante que o grupo do PPE tenha retirado seu apoio a uma resolução com a qual tinha anteriormente concordado. Por que eles não podem condenar o estupro de mulheres lésbicas e os assassinatos de pessoas LGBTI? A oposição não faz sentido", declarou Ulrike Lunacek, co-presidente do Intergrupo LGBT do Parlamento .