Felipe Freire enfrenta preconceito religioso e luta pela aceitação LGBTQIA+ na fé
O pastor Felipe Freire, da Igreja Contemporânea, compartilhou sua trajetória de luta contra a repressão da própria homossexualidade dentro do ambiente religioso. Em um relato sincero, ele contou que foi obrigado a tentar se “curar”, submetendo-se a práticas e retiros que prometiam alterar sua orientação sexual, algo que ele define como uma pressão intensa e dolorosa.
“Eu lutei contra, mas não escolhi ser assim”, afirmou Felipe, explicando que as tentativas de mudança não só falharam como também deixaram marcas profundas em sua caminhada espiritual e emocional. Hoje, ele vive com orgulho sua identidade e não sente culpa por ser homossexual.
Pressão religiosa e preconceito
Desde o início de sua trajetória, o pastor enfrentou o desafio de conciliar sua fé com sua orientação sexual, em um ambiente que muitas vezes nega a possibilidade de pessoas LGBTQIA+ viverem plenamente a espiritualidade. Ele relatou que foi submetido a orações e imposições que exigiam que ele se tornasse um “homem de verdade”, evidenciando o preconceito estrutural presente em certos círculos religiosos.
O amor de Deus, para Felipe, deve ser inclusivo e abraçar todas as pessoas, independentemente de sua identidade. Apesar das ofensas diárias e do sofrimento psicológico, ele segue firme na missão de acolher e pregar para a comunidade LGBTQIA+, mostrando que fé e diversidade podem e devem caminhar juntas.
Uma história de aceitação e resistência
Após anos de luta interna e externa, Felipe se aceitou como homem gay e construiu um relacionamento monogâmico sólido, que já dura uma década. A visibilidade conquistada por meio de vídeos de seus cultos levou a um aumento nos ataques nas redes sociais, mas também reforçou sua voz como representante da diversidade religiosa LGBTQIA+.
Por conta dos ataques, a Igreja Contemporânea orientou o pastor a buscar medidas legais contra perfis que utilizam sua imagem para difamações e ofensas, protegendo-o enquanto exerce seu ministério na unidade de São Paulo, com a sede principal localizada no Rio de Janeiro, Brasil.
O relato do pastor Felipe Freire é um marco de resistência e esperança para a comunidade LGBTQIA+ que enfrenta a pressão para negar sua identidade em nome da fé. Sua história inspira a desconstrução de preconceitos e reforça a importância do amor incondicional em todos os espaços, inclusive os religiosos.