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Pastora Drag Queen afirma: “Me monto com ato político”; confira entrevista exclusiva

Na última semana muitos ouviram falar sobre um pouco da história de Marcos Lord. Ele, que é professor do 3º ano do ensino fundamental, ganhou notoriedade depois de se apresentar como evangélico, pastor e drag queen.
 
Marcos deu vida a Luandha Perón em 2011, mas nunca pensou que pudesse, um dia, celebrar um culto com o alter-ego. Luandha conversou com exclusividade com nossa redação. confira:
 
Redação: Como nasceu Luandha Perón?
 
Luandha Perón: A primeira vez que me montei como Luandha foi na Parada do Orgulho LGBT de Copacabana-RJ no ano de 2011, onde estávamos protestando a favor do casamento civil igualitário. Então, eu e mais dois outros membros de nossa igreja nos montamos de noivas. Nossa ideia era reproduzir algo que já é feito pela Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo e realmente surtiu muito efeito, conseguimos muita visibilidade. A partir de então me monto todos os anos em algumas das principais paradas do Rio e Região Metropolitana, sempre como uma atitude política.
 
Redação: É pastor a quanto tempo?
 
Luandha Perón: Sou membro da Igreja da Comunidade Metropitana Betel (ICM Betel Rio) desde 2008, passando a atuar como diácono em seguida. 
Em julho de 2013, após a renúncia do então pastor da igreja, acabei assumindo como líder pastoral interino, sendo eleito em dezembro para assumir efetivamente a função de "pastor" da igreja.
 
Redação: É comum que ministre montada?
 
Luandha Perón: Ministrar montada não é uma prática comum, mas já o fiz por duas vezes. No último domingo (18), foi especificamente como um protesto, lembrando o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia (17/05) que marca a retirada do classificação "homossexualismo" do CID, deixado então de ser uma doença e sim um comportamento social como qualquer outra sexualidade, sendo então reconhecida como homossexualidade desde 1990.

 
Redação: Já sofreu preconceito por ser drag queen e pastor?
 
Luandha Perón: Na verdade, como só está se tornando uma coisa pública o agora, ainda não havia experimentado a sensação desse preconceito, mas a partir das matérias publicadas eu estou sentindo muito fortemente esse preconceito e o vejo motiviado na maior parte das vezes pelo fundamentalismo religioso. É uma forte influência da intolerância.
 
Redação: Na sua opinião, qual a visão de Deus sobre os gays?
 
Luandha Perón: Muitas pessoas não conseguem aceitar que Deus possa amar um homossexual, ou pior do que isso, acham que ele nos ama mas condena nossa forma de amar. Acho isso o cúmulo do absurdo, pois vejo Deus como um pai ou uma mãe amoroso que não rejeita seus filhos e filhas por causa de sua sexualidade. 
A bíblia cita no evangelho de João (3:16) que Ele amou o mundo de uma maneira tão grande que mandou o seu único filho para morrer por nós, para que TODO que nEle cresse tivesse a vida eterna. 
Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34) e o grande problema da maioria dos evangélicos e quanto a "salvação", que estaríamos condenados ao inferno por causa de nossa orientação sexual, mas o próprio apóstolo Paulo disse que a "salvação" é pela graça – favor imerecido, sou seja, um presente que eu recebo sem merecer – e que ela não vem de nós justamente para que não possamos nos gabar dela. Sendo assim, somos filhos e filhas de Deus, amados por Ele plenamente.

 
Redação: Conte-me algo inusitado que já lhe aconteceu na igreja
 
Luandha Perón: Neste último culto em que preguei montada, e que confesso foi muito emocionante para mim, tivemos uma celebração especial em memória dos mortos pela AIDS e um irmão que nos visitava pela primeira vez deixou um testemunho no facebok após o culto que me tocou profundamente.
Estou até agora assombrado com a repercussão de tudo, pois no começo foi despretensioso, mas tomou uma proporção assustadora. Louvo a Deus pela oportunidade de falar que todos e todas estão incluídos no amor de Deus.
 
 

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